Diretora da Huawei é presa no Canadá e gera protestos da China

A diretora financeira da fabricante de tecnologia chinesa Huawei, Wanzhou Meng, foi presa em Vancouver, no Canadá.

A diretora da Huawei foi detida pelas autoridades canadenses a pedido da Justiça dos Estados Unidos. Ela é acusada de ter violado sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra o Irã.

Meng é filha do do fundador da gigante chinesa de tecnologia, Ren Zhengfei, e é vice-presidente do conselho consultivo da empresa.

A Huawei é a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China e a segunda maior fabricante de smartphones do mundo.

A empresa chinesa ultrapassou a Apple este ano.

A prisão teria sido realizada no último sábado (1º) mas veio à tona somente na noite desta quarta-feira (5).

O Departamento de Justiça do Canadá afirmou que os EUA solicitaram a extradição de Meng e que uma audiência para fiança foi marcada para esta sexta-feira (7).

Em nota, a Huawei confirmou a prisão de Meng e negou qualquer “comportamento ilegal cometido por Meng”. “A empresa acredita que os sistemas legais de Canadá e EUA irão chegar a uma conclusão justa”, informou a Huawei.

EUA vs. Huawei

As tensões entre EUA e Huawei estão em níveis muito altos desde 2016, e foram agravadas pela guerra comercial entre norteamericanos e chineses.

Em agosto, o presidente Donald Trump assinou uma lei que proíbe agências do governo de usar produtos e serviços da Huawei e de sua concorrente chinesa ZTE. Trump alegou preocupações com a segurança nacional.

Em junho, legisladores dos EUA fizeram apelo ao Google para que empresa deixasse de fazer negócios com a fabricante chinesa. Também nesse caso alegaram preocupações com a segurança nacional.

Em novembro, o governo dos EUA pediu para os aliados europeus para não usarem equipamentos Huawei, alegando risco de espionagem por parte da China.

Protestos de Pequim

O governo da China reagiu e protestou contra a detenção de Meng. Pequim pediu explicações a Washington e Ottawa pela detenção da executiva.

“Exigimos às duas partes que nos esclareçam o mais rápido possível o motivo da detenção”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores. O governo chinês pediu a libertação “imediata” de Meng.

As bolsas chinesas fecharam em queda nesta quinta, em meio à preocupações de que a prisão possa criar uma barreira entre a China e os EUA. O incidente com a diretora da Huawei ocorre dias depois de os presidentes Donald Trump e Xi Jinping terem negociado uma trégua temporária de 90 dias na guerra comercial. A decisão foi tomada para que os dois lados tenham mais tempo para negociar.

Carlo Cauti

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