Após derrota no Brexit, Theresa May sobrevive a voto de desconfiança

Theresa May sobreviveu a mais um voto de desconfiança. Em votação realizada no Parlamento, a premiê britânica teve 325 votos a favor (306 contra) e, assim, manteve-se no cargo.

O resultado, apesar de apertado, quer dizer que a maioria do Parlamento britânico confia na capacidade de Theresa May de continuar à frente do governo. A votação foi realizada um dia após ela ver seu acordo do Brexit ser rejeitado pelos parlamentares. A reprovação foi considerada uma “derrota histórica” para o governo.

A vitória de May na moção é um resultado desfavorável para o trabalhista Jeremy Corbyn. Ele tentou forçar novas eleições gerais com a derrubada da primeira-ministra. “Ninguém duvida de sua determinação, que é geralmente uma qualidade admirável, mas, se mal aplicada, pode ser tóxica”, disse o líder da oposição na Câmara. “E a verdade mais cruel de todas é que ela não possui mais as habilidades políticas necessárias para liderar este país”.

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Parlamento britânico rejeita novo acordo do Brexit

O Parlamento britânico votou contra o acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) na última terça (15).

A Assembleia rejeitou a proposta de Brexit apresentada pela primeira-ministra Theresa May por 432 votos contra e 202 a favor. O documento  tinha sido concordado com a União Europeia no ano passado. O bloco europeu rejeitou rediscutir as condições do acordo.

Antes da votação, May falou em frente ao Parlamento e defendeu o documento. A primeira ministra salientou como a rejeição levará em direção de uma “Brexit dura”. Ou seja, uma saída do Reino Unido do bloco europeu sem acordo. Algo que criaria uma série de problemas econômicos e políticos para ambos os lados.

Segundo May, “uma saída sem acordo significaria nenhuma parceria de segurança com a União Europeia”.

A lei do Reino Unido prevê que a primeira-ministra apresente uma nova proposta de Brexit ao Parlamento em até três dias. Caso este documento também seja rejeitado por Westminster, Londres e Bruxelas enfrentarão uma saída da UE sem acordo.

Nesse caso, o Reino Unido se tornaria um “país terceiro” da União Europeia. Isso significa que seu status econômico-comercial seria baseado nas regras das Organização Mundial do Comércio (OMC).

Desta forma, a partir da noite de 29 de março 2019 as leis da UE deixariam de ser válidas no território britânico. Não haveria nenhum período de transição e e os problemas poderiam ser inúmeros: do bloqueio da circulação de capitais do importantíssimo mercado financeiro de Londres para o resto da UE até o bloqueio dos vôos comerciais entre os dois lados do Canal da Mancha.

O governo britânico já está se preparando para o pior cenário possível. Entretanto, não foi elaborada nenhuma segunda proposta pelo Executivo. Portanto, dificilmente Theresa May conseguirá apresentar um texto do Brexit até o dia 18.

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Guilherme Caetano

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