Em delação, Palocci relata propina em dinheiro a Lula e racha com Dilma

O ex-ministro Antonio Palocci disse, durante depoimento de sua delação premiada, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu propina em dinheiro vivo da Odebrecht.

Antonio Palocci foi ministro da Fazenda (governo Lula) e da Casa Civil (governo Dilma Rousseff). A declaração foi dada nesta sexta (18) em acordo fechado com a Polícia Federal (PF) do Paraná.

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A construtora teria repassado R$ 15 milhões a Lula, de acordo com Palocci. Esse valor seria referente à propina de um esquema de corrupção da obra de construção da usina de Belo Monte, no Pará. Em depoimento prestado em 13 de abril de 2018, o ex-petista disse que Lula teria pedido sigilo a ele sobre esse assunto.

Antonio Palocci também disse que a ex-presidente Dilma Rousseff teria permitido o avanço das investigações da Operação Lava Jato a fim de elas implicassem em Lula. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo consta na reportagem, o ex-ministro disse haver uma ruptura entre Lula e Dilma e dois grupos que haviam sido formados dentro do partido. A disputa teria começado com a nomeação de Graça Foster à presidência da Petrobras pela então presidente.

O ex-presidente Lula está preso na PF em Curitiba desde abril do ano passado. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processo relacionado ao apartamento no Guarujá.

A delação de Antonio Palocci foi homologada, isto é, tornada juridicamente válida, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em junho de 2018. O depoimento foi anexado ao inquérito da PF sobre a usina de Belo Monte.

Guilherme Caetano

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