CVM processa ex-executivos do IRB (IRBR3) por mentir sobre participação de Buffett

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta quinta-feira (25) que concluiu o inquérito administrativo cujo objetivo era apurar eventuais irregularidades relacionadas ao IRB (IRBR3), que em fevereiro de 2020 havia informado — de maneira inverídica — sobre um aumento de participação da Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett . em seu capital social.

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A CVM anunciou que a conclusão do inquérito gerou um processo administrativo sancionador contra os ex-administadores do IRB José Carlos Cardoso e Fernando Passos.

Nele, Cardoso, então CEO do IRB, é acusado de falha em seu dever de diligência ao divulgar informação falsa ao mercado, sem verificação de veracidade. Passos, então CFO, foi acusado de perpetrar a irregularidade de manipulação de preços no mercado de valores mobiliários.

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Entre fevereiro e março do ano passado, os executivos haviam afirmado que a companhia de Warren Buffett teria aumentado em quase três vezes a participação na resseguradora.

O fundo teria aproveitado a baixa das ações da resseguradora – causada pelo entrevero com a gestora Squadra – para aumentar sua posição.

No entanto, a Berkshire Hathaway negou a informação, afirmando que “nunca foi acionista do IRB e não tinha intenção de se tornar um.”

A movimentação fez com que as ações do IRB despencassem, o que acabou chamando a atenção da CVM. Os papéis do IRB chegaram a ser negociados com queda de 25%, a R$ 20,80.

Com isso, a área técnica da CVM abriu um inquérito, na época, para avaliar as possíveis irregularidades em operações na B3 envolvendo as ações ordinárias e derivativos de emissão do IRB, no período de 1º de janeiro a 31 de março de 2020.

A CVM informou que existem outros três processos relacionados ao IRB em andamento na autarquia e que apuram, em especial, suspeitas de manipulação com papéis da resseguradora. Existe ainda um inquérito administrativo que apura eventuais irregularidades relacionadas à divulgação de informações por parte do IRB e seus administradores.

Hoje, as ações da empresa encerraram o pregão em alta de 1,19%, aos R$ 4,25, mas, no ano, a queda é de 48,04%.

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veja também:

IRB Brasil reduz prejuízo em 27,8% no 3T21, para R$ 155,7 milhões

O ressegurador reportou prejuízo de R$ 155,7 milhões no terceiro trimestre de 2021, frente a um prejuízo líquido de R$ 215,6 milhões em igual período de 2020, o que representa uma redução de 27,8% no período.

O prejuízo do IRB Brasil de julho a setembro foi negativamente impactado pelos negócios descontinuados, com efeito de R$ 329,5 milhões. O resultado foi parcialmente compensado por efeitos não recorrentes da ordem de R$ 129,3 milhões, devido ao efeito do ganho de uma ação judicial de PIS/PASEP.

O volume total de prêmios emitidos pelo IRB apresentou uma redução de 12,4% em relação ao terceiro trimestre de 2020, totalizando R$ 2,61 bilhões.

(Com Agência Estado)

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Laura Moutinho

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