O ex-CEO da Americanas (AMER3), Sérgio Rial, depôs hoje na na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados sobre o escândalo envolvendo a varejista nesta terça-feira (22).
O relator da CPI, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), que pediu as oitivas, queria esclarecimentos sobre as inconsistências contábeis da companhia.
A Americanas pediu recuperação judicial no dia 19 de janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões. Chiodini quer que os dirigentes esclareçam “o andamento da persecução penal decorrente dos fatos apurados na CPI”.
Na CPI, segundo o Valor Econômico, Rial respondeu se houve participação de Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles no rombo bilionário da empresa.
O relator da CPI da Americanas, o deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), questionou o executivo sobre uma possível participação dos 3 acionistas de referência da varejista na suposta fraude.
Em audiência pública na CPI, Rial afirma que não há indícios que apontem para a participação do trio no rombo contábil da Americanas, que se iniciou na casa dos R$ 20 bilhões.
“O que posso dizer: não vi nenhum indício, nem antes, nem durante e nem depois em relação a isso”, afirmou Rial, de acordo com reportagem do Valor.
Posteriormente, os problemas chegaram a ser informados a Beto Sicupira, que se reuniu com os diretores, disse Rial.
Ao ser informado por dois diretores sobre as irregularidades em janeiro, Rial disse que não tinha informação de que acionistas da Americanas soubessem do caso.
“Eu estive nove dias lá, e a única vez que o senhor Beto Sicupira esteve lá foi no dia 6, na reunião com os diretores”, afirmou o ex-CEO da Americanas.
O ex-executivo da Americanas explicou que sua contratação para ser presidente da companhia ocorreu por processo seletivo e como foi informado sobre as dívidas não lançadas no balanço, cerca de 9 dias antes de sua saída definitiva do cargo.
Diretores da varejista teriam informado Rial sobre irregularidades no balanço da Americanas e, após isso, a situação foi levada à discussão ao presidente do conselho de administração.
“Não descobri nada. Diretores já sabiam”, diz Rial
Rial relatou à CPI que não sabia de forma prévia sobre o caso, e que não teria sido ele quem “descobriu” as irregularidades, mas que apenas foi informado de algo que os diretores já sabiam.
“A desconfiança em relação ao modelo e a empresa era inexistente, também da minha parte. (…) Eu, Sergio Rial, não descobri nada. Eles [os diretores] já sabiam”, disse Rial sobre o caso Americanas.
Ao se separar com um projeto e desafios diferentes do que ele afirma terem lhe proposto, Rial decidiu deixar o cargo de CEO na Americanas, em meio à informação de que havia dívidas com bancos não inseridas no balanço.
“Renunciei, juntamente com o diretor financeiro, porque não foi esse o projeto que eu comprei. Comprei um desafio, não uma empresa insolvente”, disse.
Sobre os desafios que o executivo disse ter “comprado” ao assumir a gestão da Americanas, estaria a precificação de 170 milhões de itens que eram vendidos pela varejista. Além disso, estava em pauta a segurança da plataforma de tecnologia da empresa.
“No primeiro trimestre de 2022, a Americanas sofreu um dos maiores ataques cibernéticos do país. A empresa ficou paralisada semanas e eu precisava entender o problema do ponto de vista de plataforma tecnológica”, explica Sergio Rial.
Com Agência Câmara
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