Americanas (AMER3) consegue mais 180 dias de proteção contra cobranças de credores

A Americanas (AMER3) informou que a 4ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro aceitou o pedido de prorrogação do período de proteção da empresa e de suas subsidiárias JSM Global e ST Importações, no âmbito de sua recuperação judicial.

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Em comunicado divulgado ao mercado nesta terça-feira (11), a empresa de varejo informou o alongamento do prazo de suspensão de todas as ações e execuções existentes contra o Grupo Americanas, assim como da exigência de créditos concursais.

Esse prazo foi prolongado por mais 180 dias, contados a partir do término desse “período de blindagem”, chamado de “stay period”, que tinha sido concedido pela Justiça ao aceitar o pedido de recuperação judicial da Americanas.

Caso não fosse prorrogado, o prazo de suspensão das execuções se encerraria hoje (11), após 6 meses do comunicado feito pela empresa que apontava inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

Segundo o jornal Valor Econômico, o juiz citou em seu pronunciamento uma petição da Americanas em que os advogados da empresa dizem que, “não obstante todos os esforços direcionados ao bom andamento do feito, não foi possível, ainda nesta quadra processual, promover a deliberação do plano de recuperação judicial”.

Outra alegação feita pela defesa da Americanas, segundo o juiz, era sobre “o complexo litígio que se desenvolveu no início do processo e culminou nas dezenas de recursos que se tem conhecimento bem como do extenso volume de trabalho dispendido em sede de verificação administrativa de crédito.”

No dia 13 de janeiro de 2023, o juiz Paulo Assed Estefan havia concedido uma tutela cautelar a Americanas. Nesse caso, todos os bens da empresa não poderiam ser bloqueados ou penhorados.

Caso Americanas completa 6 meses

Há 6 meses a Americanas divulgava ao mercado o conhecido comunicado que deu início ao caso polêmico envolvendo a companhia, e que pode ser um dos maiores casos de fraude corporativa do Brasil.

Na época, era anunciado um total de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis da Americanas, que mais tarde se tornaria em uma dívida de R$ 50 bilhões, em meio ao processo de recuperação judicial.

A dívida da Americanas considera os R$ 42,5 bilhões anunciados ainda no mês de fevereiro, mas também os R$ 7,6 bilhões de dívidas das empresas que compõem o grupo.

O comunicado que deu início a intensa crise da Americanas foi emitido ao mercado na noite do dia 11 de janeiro de 2023. Naquele dia, as ações negociadas sob o ticker AMER3 haviam registrado alta de 0,76%, com a 6ª valorização diária seguida, cotadas a R$ 12,00.

Na sessão seguinte, as ações da Americanas derreteram 77,33%. O movimento de baixa continuou nos pregões seguintes. A mínima foi vista no dia 20 de janeiro, quando os papéis estavam cotados a R$ 0,64.

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João Vitor Jacintho

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