Covid-19 na China: Confira 3 impactos da nova onda na economia global

Apesar do salto que o mercado de capitais na China deu na manhã desta quarta-feira (16), o mercado segue monitorando o impacto da covid-19 na China e as medidas restritivas que já atingem 51 milhões de pessoas, segundo relatos mais recentes, e devem aprofundar a disrupção no mercado global.

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Apesar de ser pequena se comparada a outros países, a nova onda de contágios na China não tem precedentes no país, com quase 8,9 mil casos registrados nos últimos sete dias, média 16 vezes maior que a registrada em dezembro, há três meses. Os dados são compilados pela Universidade de Oxford.

Os números de disseminação do novo coronavírus apontam tendência de alta neste momento, com 5 mil casos registrados ontem, ou seja, mais da metade dos contabilizados nos últimos sete dias foram registrados nesta terça.

Segundo relatório mais recente da Comissão Nacional de Saúde da China, órgão com poderes ministeriais, ao todo 31 províncias relataram casos da covid-19.

Em resposta, o governo decretou neste fim de semana a quarentena da cidade de Shenzhen por pelo menos uma semana, o que interrompeu a produção de empresas como a Foxconn, gigante do setor de chips e eletrônicos, e da montadora Toyota.

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Em fevereiro, o chefe epidemiológico do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Wu Zunyou, havia dito que o país estuda formas de melhorar as medidas de combate à doença, buscando um meio-termo: nem tanto a dinâmica de covid zero, nem simplesmente “deitar no chão”, explicou.

Ainda assim, uma vez que a China é a segunda maior economia do mundo, as atuais medidas restritivas trazem impactos para a economia global, como:

  • perspectiva de queda na demanda por combustíveis;
  • impactos nas cadeias logísticas; e
  • volatilidade para os mercados.

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Nesta quarta-feira (26), o índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, disparou 9%, com ajuda das ações do setor de tecnologia, como Tencent e Alibaba, que subiram mais de 23%, após o governo da China garantir estabilidade aos mercados e garantir um suporte a setores afetados por medidas regulatórias mais duras.

1. Preço do petróleo

No começo da semana, após o anúncio das medidas restritivas contra a covid-19, a cotação do petróleo recuou quase 5% ao nível de US$ 105 – um respiro da escalada recente de preços à medida em que avança a guerra no leste europeu.

Um dos principais fator que fez o preço da commodity cair foi a expectativa de que a quarentena pudesse diminuir a demanda chinesa.

Nesta quarta, após cair ainda mais, o preço do petróleo ronda a casa dos US$ 100, mas analistas apontam espaço para cair mais caso as negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia avancem.

2. Impacto em logística e transportes

Segundo o jornal The New York Times, o transporte de mercadorias por caminhões já começa a ser impactado pelas novas medidas que buscam conter a disseminação da covid-19, principalmente, por conta das longas filas de testes.

Consequentemente, as taxas de embarque das mercadorias começam a subir conforme o tempo de espera dos navios aumenta e os produtos se acumulam nos galpões e armazéns.

Na China, que concentra cerca de um terço da produção industrial do mundo, estes fatores começam a ter impacto nas cadeias globais de suprimentos.

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3. Covid-19 na China traz volatilidade

Segundo o banco suíço UBS, as medidas chinesas de contenção da covid-19 podem atrasar, mas não atrapalhar as expectativas de recuperação do consumo no dragão asiático neste ano.

“Enquanto as últimas quarentenas poderiam apresentar um risco baixista às expectativas para a China, nós também notamos que o impacto no sentimento [de consumo] durante os últimos surtos da doença tiveram efeito transitório”, avalia o banco.

A expectativa é de que haja mais volatilidade no curto prazo até que haja clareza na efetividade destas novas medidas de contenção. “Com base nas últimas quarentenas, as medidas de restrição da China têm sido duras e curtas”, destaca em relatório sobre a onda de covid-19 na China.

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Pedro Caramuru

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