Cosan (CSAN3) amarga prejuízo e ações recuam no Ibovespa
A Cosan (CSAN3) reportou um prejuízo líquido de R$ 1,788 bilhão no primeiro trimestre de 2025, ampliando significativamente a perda de R$ 192 milhões registrada no mesmo período de 2024.

Segundo a companhia, o resultado negativo foi impactado principalmente pela menor contribuição de seus negócios via equivalência patrimonial. O Ebitda ajustado somou R$ 5 bilhões, recuo de 30,6% na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida caiu 2%, totalizando R$ 9,663 bilhões.
Apesar do resultado negativo, os dividendos e juros sobre capital próprio recebidos pela holding cresceram 66,7%, alcançando R$ 1,5 bilhão no trimestre. A dívida líquida apresentou melhora relevante, encerrando o período em R$ 17,5 bilhões – uma queda de 25,5% em relação ao quarto trimestre de 2024, impulsionada pela venda de ações da Vale e ações de gestão de passivos.
“Como resultado, além da redução do endividamento, o custo médio de dívida passou de CDI+1,40% para CDI+0,91%, e o prazo médio da dívida aumentou para 6,4 anos versus 6,1 anos quando comparado ao quarto trimestre de 2024”, informou a companhia no balanço.
Cosan (CSAN3): “Reação depende de entregas concretas”, diz BTG
Para o BTG Pactual, interpretar os números da Cosan (CSAN3) exige mais do que a simples leitura das linhas financeiras. “Os números contam uma história do passado”, escreveram os analistas Thiago Duarte, Bruno Henriques, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris. Segundo o relatório, o foco agora está nos sinais de mudanças futuras e na capacidade da empresa de reequilibrar seu balanço.
A corretora observa que a dívida da holding, embora tenha caído, ainda exige atenção, especialmente diante de uma cobertura de juros de apenas 1,2 vez. O BTG ressalta a necessidade de reduzir o custo da dívida e/ou aumentar o fluxo de dividendos das controladas. “Acreditamos que a ação só vai reagir quando a Cosan estiver pronta para anunciar algo”, destacam os analistas, que mantêm recomendação de compra para o papel.
O relatório também comenta o impacto do incêndio na Moove, que afetou o desempenho da unidade, e o bom resultado da Radar, que segue operando “como um relógio”. A corretora destaca que ser acionista da Cosan atualmente “exige uma dose de confiança de que a administração tem a capacidade necessária para encontrar as opções corretas para vender ativos, participações em empresas e/ou melhorar o desempenho operacional das subsidiárias”.
Mercado penaliza resultado e ações encerram dia entre as maiores quedas
Um incêndio tem afetado as ações da Cosan (CSAN3) — literal e figurativamente. Com os papéis entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira (16), a empresa sofre as consequências do balanço do primeiro trimestre de 2025.
As ações fecharam o pregão desta sexta-feira (16) em queda de 1,94%, negociadas a R$ 7,57. Nas mínimas do dia, os papéis chegaram a cair 4%, atingindo R$ 7,31. A Cosan (CSAN3) enfrenta um cenário desafiador, com os números do trimestre reforçando a urgência de medidas estruturais. A expectativa do mercado está agora concentrada na capacidade da gestão em converter sinais em entregas concretas.