Corte no petróleo: Arábia Saudita vai estender redução de produção por mais um mês

A Arábia Saudita vai estender o corte voluntário na produção de petróleo em um milhão de barris por dia (bpd) por mais um mês. A decisão foi comunicada nesta segunda (3) pela Agência de Imprensa Saudita.

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Segundo a agência, a redução de produção de petróleo começada em julho continuará em agosto e poderá voltar a ser estendida de novo.

O plano da Arábia Saudita é produzir cerca de 9 milhões de bpd em agosto, acrescentou a agência.

Indicador do mercado de petróleo e analistas estão em desacordo sobre futuro dos preços da commodity; Entenda

O mercado de petróleo e analistas da Agência Internacional de Energia (AIE) e dos bancos de Wall Street estão em desacordo sobre a expectativa para os preços da commoditiy.

A Arábia Saudita reduziu sua produção a partir deste fim de semana, em parte de uma aposta de alto risco revelada no mês passado para diminuir a oferta do produto. As autoridades daquele paísacreditam que a demanda superará a produção no final deste ano, dando início a uma recuperação que restaurará uma onda de lucros aos produtores. Os analistas da AIE e dos bancos norte-americanios concordam que a demanda pode retornar no segundo semestre de 2023.

Do lado oposto, um indicador do mercado sugere que os traders acreditam que a oferta não diminuirá por meses, segundo apuração do Wall Street Journal.

A publicação trata de um medidor baseado na diferença entre o preço do petróleo em datas diferentes. Nos últimos dias, os contratos de petróleo Brent que mudarão de mãos em breve caíram para um desconto em comparação com o petróleo que será entregue no futuro. Essa dinâmica, conhecida como contango, é um sinal de que a oferta é mais do que suficiente para atender à demanda.

“É um sinal realmente pessimista”, disse o presidente-executivo da corretora Onyx Capital Group, Greg Newman, que tem sede em Londres. A surpresa é que o preço do Brent em si não caiu, acrescentou Newman. Ele espera que o Brent se reduza para algo entre US$ 58 e US$ 62 o barril.

A implicação é que a Arábia Saudita, o segundo maior produtor global de petróleo bruto atrás dos EUA, pode ter de tomar medidas mais drásticas para aumentar os preços diante da demanda fraca, taxas de juros mais altas e uma inesperada abundância do produto dos EUA, do Irã e da Rússia.

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Recuperação mais lenta na China

Na China, a recuperação tem sido mais lenta do que os economistas previam. Pequim apresentou um plano para impulsionar o crescimento, mas os investidores dizem que tem sido algo insuficiente até agora para provocar um grande aumento na demanda por commodities.

Os preços do petróleo Brent caíram 13% no primeiro semestre do ano, para cerca de US$ 75 o barril na sexta-feira, apesar dos cortes anteriores promovidos pela Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), cartel liderado pela Arábia Saudita.

O consumo de combustível está se enfraquecendo na China e na Europa, de acordo com o diretor de investimentos do fundo de hedge Massar Capital Management, Marwan Younes. Uma parte das importações quase recordes de petróleo bruto da China parece estar indo para reservas estratégicas, disse ele. “As forças macroeconômicas maiores e mais amplas vão realmente amortecer o crescimento global”, acrescentou Younes.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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