Corporate Venture Capital investem mais de R$ 10 bilhões em startups brasileiras

Startups brasileiras conseguiram captar mais de R$ 10 bilhões em cheques de Corporate Venture Capital (CVC) e o “inverno” dessas empresas pode estar chegando ao fim.

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Após passarem por um período de aperto econômico, que consequentemente resultou em uma redução na captação de capital para as startups em crescimento, o clima parece estar melhorando para as empresas.

De 2020 para 2021, os investimentos de CVC global (cuja sigla remonta à agência de viagens, mas que não estar conectadas), mais que dobraram, após o ano enxuto de aportes em razão da pandemia.

Em 2021, o recorde de investimentos das venture capital no mundo foi batido, chegando a US$ 169 bilhões (R$ 826 bilhões na cotação do dólar atual) investidos no total. Os dados são do State of CVC, da CB Insights. No Brasil, a parcela dedicada às startups nacionais é estimada em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 48,8 bilhões), valor equivalente à metade de toda movimentação da América Latina.

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Corporate Venture Capital (CVC) ganha associação nacional

Com tantos investimentos que podem ser considerados de risco dado a perenidade e desafios do mercado para startups em crescimento ainda, foi criada e a Associação Brasileira de Corporate Venture Capital (ABCVC).

Para a presidência da Associação, foi escolhido Leo Monte, diretor de Inovação da Sinqia (SQIA3) e Diretor Geral do Torq (TORQ). “

“Enfrentamos desafios constantes quando se trata de Corporate Venture. Nosso objetivo para este mandato é impulsionar o ecossistema e apoiar o crescimento da atividade, oferecendo suporte às corporações de diferentes setores em busca por investimentos e inovação. “Além disso, estamos construindo alianças e parcerias com outras iniciativas com atividades adjacentes”, afirma Monte.

Entre as principais atividades da Associação estão:

  • Gerar e difundir conhecimentos técnicos relacionados à gestão de inovação e investimentos corporativos em capital de risco;
  • Suportar o surgimento e consolidação de novos modelos de inovação corporativa;
  • Organizar e promover, periodicamente, eventos para associados ou não associados;
  • Fomentar a importância da diversidade em cargos de gestão e de governança corporativa de inovação.

A ABCVC ainda criou comitês com mentores e especialistas para debater assuntos com referências que foram sucessos ou fracassos em “investimentos, Inovação Aberta, Venture Builder e Cultura de Inovação”, lista Monte.

Do lado das companhias, os investimentos em startups permite que grandes corporações acessem com menos barreiras as novidades em produtos e serviços oferecidos pelas companhias.

Nessa toada, dos US$ 10 bilhões investidos, apenas este ano programas de CVC já investiram em 20% das unicórnios do Brasil, com a participação de grandes startups de tecnologia, bancos, aceleradoras e fundos de investimentos.

Além disso, aportes mais assegurados de companhias bem estabelecidas no capital de startups permite que essas novas empresas consigam gerar resultado e consequentemente aquecer o mercado do empreendedorismo.

Para uma medida de comparação, os investimentos dos fundos tradicionais de venture capital (com gestores de investimentos conduzindo injeções de capital desconectadas às empresas) no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 1,9 bilhão, um crescimento ainda de 16% a mais que no segundo trimestre do mesmo ano.

Por outro lado, no CVC já investiram R$ 800 milhões em ambos os períodos, com os executivos das grandes empresas que estão interessados em comprar as startups, negociam por cheques.

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Camila Paim

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