Coronavírus: mercado abre com queda de 9,1% na China

O mercado financeiro da China abriu com forte perdas nesta segunda-feira (3) por causa dos efeitos da epidemia de coronavírus. O CSI 300, o principal índice da Bolsa de Valores de Xangai, inciou a sessão em queda de 9.1%.

O resultado do índice é o pior desde agosto de 2015. E essa queda acentuada ocorre no mesmo dia em que as autoridades chinesas anunciaram a morte de 361 pessoas por causa do coronavírus e a infeção de 17.205 outros cidadãos do país asiático.

Essa é a primeira reabertura dos mercados na China após o feriado prolongado do Ano Novo Chinês, iniciado no dia 23 de janeiro. O governo de Pequim prorrogou compulsoriamente o feriado para tentar conter o surto da doença e limitar os efeitos na economia. A reabertura era prevista para o dia 31 de janeiro.

Entretanto a queda ocorreu mesmo com essa medida. E também a decisão do Banco Central da China de injetar liquidez por 1,2 trilhão de yuans (cerca de US$ 174 bilhões ou R$ 750 bilhões) nos mercados se tornou insuficiente para evitar a baixa na reabertura da Bolsa.

A instituição monetária de Pequim tinha salientado que teria utilizado várias ferramentas de política monetária para garantir que a liquidez nos mercados permaneça razoavelmente ampla.

Em nota divulgada nesse domingo (2), o Banco Popular da China informou como, após a injeção de recursos, a liquidez total no sistema bancário será 900 bilhões de yuans maior que durante o mesmo período de 2019.

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As autoridades chinesas apoiarão as empresas afetadas pela epidemia. As operações de injeção de liquidez ocorrerão através de recompra reversa de títulos. Na segunda as Bolsas de Valores do gigante asiático se preparam para reabrir no meio da turbulência provocada pelo vírus, após a pausa do longo feriado do Ano Novo Lunar, iniciado no dia 23 de janeiro.

Coronavírus afetou a Bolsa na China

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC), a CVM local, informou no domingo (2) que não haveria mais atrasos na abertura dos mercados por causa do coronavírus.

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Segundo o órgão regulador do mercado de capitais chinês, a decisão foi tomada após equilibrar vários fatores, na base da previsão que impacto do surto no mercado será de curto prazo.

A CSRC informou que, para apoiar as empresas afetadas pela epidemia, permitirá uma extensão das datas de vencimento das dívidas e de contratos lastreados em ações.

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Além disso, o órgão está considerando o lançamento de ferramentas de hedge para o mercado de ações para ajudar a aliviar o pânico nos mercados. As sessões noturnas de negociações serão suspensas a partir de segunda.

“Acreditamos que a introdução e implementação sucessivas de medidas políticas desempenharão um papel melhor na melhoria das expectativas do mercado e na prevenção de comportamentos irracionais”, informou a CSRC salientando as medidas que serão tomadas para conter a epidemia de coronavírus.

Carlo Cauti

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