Covid: Brasil terá vacina no 1° semestre de 2021, estima diretor da Anvisa

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, projetou, nesta quinta-feira (29), que o Brasil deve ter uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) aprovada e pronta para ser distribuída à população já no primeiro semestre de 2021.

Ao conceder uma entrevista à “Reuters”, Torres comentou sobre a vacina contra o coronavírus e apontou que “acredito, pelo que temos observado, que o tempo para isso acontecer será em algum momento entre o primeiro mês e o sexto mês de 2021, ou seja, no primeiro semestre de 2021. Por enquanto é isso que acredito em face do que temos visto”.

Entretanto o diretor-presidente da Anvisa ponderou “obviamente e isso pode mudar, eu espero que não, espero que fiquemos dentro desse período de tempo, mas é um estimativa que eu faço”. “Algumas pessoas são menos otimistas, outras são até mais otimistas, acham que antes, eu acho que antes não é possível, eu ficaria com alguma coisa entre janeiro e junho de 2021”.

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Além disso, Torres comentou sobre as discussões recentes entre autoridades de Brasília e de São Paulo sobre o imunizante da Sinovac, e disse que “a blindagem da Anvisa (sobre discussões políticas) é a alta capacitação dos seus servidores e a profunda dedicação desses mesmos servidores em encontrar as soluções adequadas para o problema. Essa é a maior blindagem. E é claro, nós, os seus diretores, nós somos cinco, nós não nos envolvemos com nenhuma questão política”.

Ele ainda completou dizendo que “essas questões não nos interessam e lamentamos que num momento como esse elas ganhem vulto perante a imprensa e perante a sociedade porque na verdade o inimigo não é esse, o inimigo é o vírus e ele precisa que nós estejamos unidos para combatê-lo. Então aqui na agência nos mantemos focados no trabalho e lembrando que o nosso norte é, sempre foi e sempre será a ciência”.

Vacina chinesa contra Covid no centro do debate nacional

A vacina contra o novo coronavírus, conhecida como Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e testada no Brasil pelo Instituto Butantã, tem gerado embates no cenário político nacional.

A polêmica teve início na tarde do último dia 20 quando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, após reunião virtual com governadores, assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina. A produção do imunizante tem sido comandado no Brasil pelo governador de São Paulo e possível candidato a presidente em 2022, João Dória.

De acordo com Pazuello, essa medida é mais um passo na estratégia de ampliar a oferta de vacinação para os brasileiros. O Ministério já tem acordo de 100 milhões de doses do imunizante de Oxford e outro acordo com a iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covavax, com mais de 40 milhões de doses.

Portanto, somado as três vacinas, seriam disponibilizadas no primeiro semestre deste ano um total de 186 milhões de doses.

No entanto, após o anúncio do Ministério da Saúde, o presidente da República Jair Bolsonaro desautorizou a fala do ministro. Em letras maiúsculas, o mandatário escreveu em seu Twitter que “a vacina chinesa de João Dória” não será comprada.

Além disso, no último dia 21, o presidente afirmou que “A (vacina) da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso. A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido de lá”.

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Laura Moutinho

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