Copasa (CSMG3): UBS mantém recomendação neutra, mas eleva preço-alvo; veja detalhes
O UBS BB elevou o preço-alvo das ações da Copasa (CSMG3) para R$ 48 até o final de 2026, ante R$ 36 anteriormente, em meio a novos desdobramentos envolvendo o processo de privatização da companhia. Apesar da revisão, o banco manteve a recomendação neutra para os papéis.
Segundo o relatório, a mudança reflete uma atualização na metodologia de avaliação e a incorporação de cenários ligados à possível privatização da empresa de saneamento de Minas Gerais. O UBS passou a considerar tanto a estrutura atual quanto uma eventual nova configuração societária.
Com isso, a Copasa deixa de ser analisada apenas como uma estatal defensiva e passa a ser tratada como um ativo com opcionalidade estrutural, segundo o banco, diante dos avanços legislativos relacionados ao tema.
UBS agora avalia vantagens da privatização da Copasa (CSMG3)
No relatório, o UBS afirma que o debate de investimento na Copasa mudou de se a empresa será privatizada para quão investível e geradora de valor essa privatização pode ser. Com isso, o banco alterou sua metodologia de avaliação de EV/Ebitda para EV/RAB, múltiplo de avaliação usado em setores regulados, como saneamento e energia.
A nova abordagem considera dois cenários com pesos iguais no cálculo do preço-alvo. No cenário em que a empresa permanece estatal, o valor justo estimado é de R$ 32 por ação, equivalente a 0,96 vez EV/RAB. Já em um cenário de privatização, o valor chega a R$ 64 por ação, ou 1,41 vez EV/RAB.
De acordo com o UBS, a média desses dois cenários resulta no preço-alvo de R$ 48. O banco manteve suas projeções financeiras baseadas no modelo atual da companhia, mas destacou que a privatização poderia levar a uma reprecificação estrutural das ações da Copasa.
O relatório também aponta que a retirada da exigência de referendo popular, por meio da PEC 24/23, reduziu obstáculos importantes. Para o banco, a empresa passa a ser “uma história de ações em que a avaliação pode ser estruturalmente reavaliada se Minas Gerais entregar governança, clareza regulatória e bom desenho contratual”.
Entre os principais pontos de atenção, o UBS cita tarifas, regulação, timing político e velocidade de execução. Segundo o banco, o processo é possível, mas carregado de riscos de execução no curto prazo.
Relembre o projeto de privatização da Copasa
A privatização da Copasa avança em uma semana decisiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Está prevista para esta quarta-feira a votação em segundo turno do Projeto de Lei 4.380/2025, que define as regras para a venda da companhia.
Para aprovação definitiva, o projeto precisa do apoio de três quintos dos deputados, o equivalente a 48 dos 77 parlamentares. No primeiro turno, realizado no início do mês, o texto foi aprovado com 50 votos favoráveis e 17 contrários.
O projeto é de autoria do governador Romeu Zema e ganhou tração após a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição que eliminou a exigência de referendo popular para a privatização da empresa. Essa etapa foi concluída em novembro, após forte oposição no plenário.
Caso o PL seja aprovado em segundo turno, a expectativa é de avanço no cronograma de privatização da Copasa (CSMG3), encerrando uma pauta que se arrasta desde o primeiro mandato do atual governo.