Como diversificar investimentos em 2023 e por que infraestrutura pode ser uma boa ideia?

O mercado arisco coloca ativos de renda fixa à frente dos investimentos em 2023, mas o momento também reforça a necessidade de diversificar investimentos. Fundos de investimento podem ser uma boa pedida, por terem carteira diversificada, proporcionando menos riscos. Os fundos imobiliários, de agronegócio e de infraestrutura se sobressaem nesse conjunto de oportunidades.

Os Fundos de Investimentos de Infraestrutura (FI-Infra) se mostram ainda mais favoráveis no cenário atual por se tratar de um investimento isento de imposto de renda, diferente do Fiagro e o FII, que não tem isenção no ganho de capital na operação de venda das cotas.

Os investimentos em infraestrutura são o tema desta semana de 13 a 17 de fevereiro no Suno Notícias, e você pode acompanhar todo o conteúdo da semana neste link.

“Tem muitas emissões de FI-Infra para ocorrer. Tem muitos setores que tendem desenvolver bem. O mercado tende a aumentar muito. Se assemelha bastante com o início dos fundos imobiliários, em 2010 e 2011, que ganhou corpo ao longo do ano”, compara Vinicius Romano, especialista em renda fixa da Suno Research.

Caio Palma, sócio e analista da Sparta, lembra que existe muito capex (investimento) contratado e que provavelmente será financiado via debêntures de infraestrutura. “Isso dá espaço para que os FI-Infra aumentem de forma relevante nos próximos anos”, ressalta, acrescentando que a carteira diversificada é um ponto destacado de atração dos fundos.

“É muito importante investir em ativos não correlacionados. Diversificar é ter vários ativos de segmentos diferentes”, diz Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.

O FI-Infra, explica o executivo, tem aplicação em saneamento, nos três segmentos de energia (geração, transmissão e distribuição), ferrovia, rodovia, hidrovia, portos, aeroportos e telecomunicações. “No próprio setor de infraestrutura dá para ter uma carteira diversificada em várias áreas”, afirma.

FI-Infra é promissor para investimentos em 2023

Para Miguel Gomes Ferreira, sócio da Bocaina Capital, 2023 tem uma série de projetos que já estão encaminhados, citando investimentos em infraestrutura previstos principalmente nos segmentos de saneamento e energia. “Os investimentos que serão necessários do que já está matriculado para 2023 são na ordem de dezena de bilhões”, anima-se.

“Esses investimentos deixaram de ser feitos através dos bancos públicos. O que funcionou foi o mercado de capitais, que assumiu esse pedaço de financiamento de infra através principalmente das debêntures incentivadas”, explica Ferreira.

O sócio acrescenta que as debêntures incentivadas ou debêntures de infraestrutura são papéis de longo prazo que financiam projetos de infraestrutura e que tem proteção contra a inflação, indexados ao IPCA. “É uma boa oportunidade de diversificação de investimentos. A infraestrutura é bastante diversificada”, diz.
“A debênture incentivada tem objetivo central de desenvolver o mercado de capitais para financiar mais projetos de longo prazo, especialmente para investir em infraestrutura, que tem um prazo mais longo de maturação”, Daniel Keller, com larga experiência em estruturação do setor infraestrutura.

“Tem um pipeline de novas emissões de debêntures incentivadas que vão ocorrer, que criam novas oportunidades de investimentos em 2023”, diz Miguel Gomes Ferreira, que crê em mais um ano positivo em volume de oferta para o FI-Infra.

Augusto Diniz

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