Pedro Signorelli

O desafio dos escritórios do futuro

Não se trata apenas de seguir um modelo físico ou remoto, mas de mudança na postura e conduta das lideranças, que precisaram aprender a lidar com as novas formas de conexão

Todos os dias acompanhamos reflexões sobre o melhor sistema de trabalho. Home office, presencial ou híbrido, independente de qual tenha a maior ou menor adesão das equipes, vale lembrar que todos eles foram adaptados de uma realidade que está cada dia mais distante. De acordo com a consultoria de gestão de riscos corporativos AON, em 2020, 73,3% das empresas  implementarem políticas para o trabalho remoto. Antes do período pandêmico, 68,5% delas não tinham um modelo de gestão para o home office.

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O período de adaptação desafiou a todos e trouxe benefícios em relação a flexibilização de horários, bem como o aumento de produtividade. Uma pesquisa realizada pela Global Line com 145 empresas multinacionais que operam no Brasil mostrou que 58% dos entrevistados se sentem muito confortáveis com o teletrabalho; 36% estão confortáveis; e apenas 6% declaram estar desconfortáveis.

É sabido também que estamos aprendendo a lidar com novas demandas de trabalho, as reuniões presenciais, inimagináveis nos dias atuais, deram espaço a uma agenda intensa de videoconferências, com um aumento considerável na quantidade de reuniões. O cuidado com a saúde nunca esteve tão evidente, em especial, em relação às questões emocionais e ao bem-estar durante o trabalho remoto – afinal vivenciamos ainda um momento de muitas indefinições e incertezas.

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Logo, não se trata apenas de seguir um modelo físico ou remoto, mas de mudança na postura e conduta das lideranças, que precisaram adaptar os negócios e aprender a lidar com as novas formas de conexão. Todo esse aprendizado ao longo dos últimos anos pode e deve ser considerado para apoiar as decisões no sentido de unir o melhor do presencial com o virtual e de forma produtiva e equilibrada.

Dentre os desafios dos tempos atuais, aparece a necessidade de se criar um propósito ao ambiente de trabalho, por isso a adoção do conceito – que vem ganhando novos adeptos -, em especial, nas grandes corporações, dos 4Cs: colaboração, criação, conexão e celebração. Uma vez definido o propósito, a meta é colocá-los em prática.

E, para isso, é necessário estabelecer processos, metodologias que apoiem gestores e equipes, definir o melhor modelo de trabalho, seja presencial, remoto ou híbrido, todos devem ter o mesmo entendimento, uma visão clara dos objetivos definidos, mas esse ainda é um caminho longo a ser percorrido no mundo corporativo.

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Isso é o que prova a pesquisa realizada pela empresa Think Work Lab. O estudo entrevistou profissionais da área de Recursos Humanos de 70 empresas no Brasil: 24% deles disseram que ainda não têm clareza sobre mudança de sistema de trabalho; e 25% ainda não definiram como será a gestão de benefícios do formato híbrido. O que realmente contemplará o funcionário que trabalha de casa? Vale refeição? Vale Alimentação? Ou quem sabe, deverão ser criados novos modelos de apoio a esse parceiro.

A resposta para isso, pode estar na adoção de métodos ágeis de gestão, como o OKR – Objectives and Keys Results -, que tem como premissa levar o entendimento dos negócios a todas áreas e por todas equipes, não apenas esclarecer, mas também engajar times em busca de um propósito.

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Mas não basta apenas se comunicar com clareza, é preciso estabelecer processos para acompanhar na prática as ações propostas como elas são aplicadas pelas equipes em situações reais na resolução das dificuldades enfrentadas no dia a dia, no qual os colaboradores lideram com autonomia a execução e sua liderança os apoia. Esse fato tende a impactar positivamente as equipes.

O método muitas vezes é associado à estratégia de negócios, na definição de objetivos e metas é também uma importante ferramenta na gestão e engajamento de equipes. Não se trata apenas da ampliação das áreas de convivência ou definir novas regras aos sistemas de trabalho. A questão no entanto é mais profunda e envolve uma mudança e a evolução de uma cultura mais equilibrada entre trabalho e vida pessoal.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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