Guilherme Puim

Entenda de uma vez por todas o que é marcação a mercado e como ganhar dinheiro com ela

Essa técnica consiste em avaliar os ativos financeiros e não financeiros com base no preço que eles teriam no mercado caso fossem vendidos naquele momento

A marcação a mercado é uma prática utilizada não só no mercado financeiro para avaliar os ativos financeiros de uma instituição ou de um investidor de forma atualizada. Mas como também ele é visto por toda parte. Marcação a mercado nada mais é do que o valor que o mercado quer pagar pelo seu ativo/imóvel naquele momento.

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Essa técnica consiste em avaliar os ativos financeiros e não financeiros com base no preço que eles teriam no mercado caso fossem vendidos naquele momento. Dessa forma, a marcação a mercado permite que os investidores tenham uma visão mais realista da situação financeira de uma instituição ou de uma carteira de investimentos.

No entanto, é importante lembrar que essa técnica pode levar a volatilidade nos preços dos ativos, já que eles são avaliados com base nos preços de mercado.

Exemplo de marcação a mercado na renda fixa

Quando a taxa de juros aumenta, os investidores podem obter retornos mais altos em novos títulos emitidos com taxas de juros mais altas. Isso torna os títulos de dívida existentes, com taxas de juros mais baixas, menos atraentes para os investidores. Como resultado, o preço desses títulos de dívida existentes cai no mercado, para que seu retorno efetivo seja equivalente às novas taxas de juros mais altas.

Da mesma forma, quando a taxa de juros cai, os investidores estão dispostos a pagar mais por um título de dívida que paga uma taxa de juros mais alta do que a atual. Isso aumenta a demanda por títulos de dívida existentes com taxas de juros mais altas e faz com que o preço desses títulos aumente no mercado.

A matemática por trás disso é relativamente simples. A fórmula para calcular o preço de um título de dívida é baseada no valor presente dos pagamentos futuros de juros e do principal do título. A taxa de juros atual é usada para descontar esses fluxos de caixa futuros ao valor presente. Se a taxa de juros aumenta, o valor presente desses fluxos de caixa futuros é menor, o que reduz o preço do título. Se a taxa de juros cai, o valor presente dos fluxos de caixa futuros é maior, o que aumenta o preço do título.

Ainda não entendeu? Vamos para a prática:

Imagine que você irá adquirir hoje um título do Tesouro Prefixado (LTN) que rende 10% e que possui vencimento daqui 2 anos.

Supondo que na data da compra o preço unitário (PU) do título seja de R$ 826,44 e que na data do vencimento o Tesouro Nacional irá pagar R$ 1.000 por esse título (é uma peculiaridade – os títulos prefixados do tesouro tem o valor final de R$ 1000), a diferença desse valor será a rentabilidade do título, que crescerá na proporção de 10% ao ano.

Nesse sentido, o rendimento desse Tesouro Prefixado LTN não pode ser maior que os 10% negociados na data da compra, pois, caso contrário, na data do vencimento o valor do título será menor que R$ 1.000. O contrário também não pode ocorrer.

Imagina que todo o trajeto dos R$ 826,44 até chegar aos R$ 1000,00 em 2 anos é uma estrada e que você está de carro nessa estrada andando a 10% por ano, essa é a sua velocidade.

Você não pode andar a uma velocidade maior ou menor, pois você passaria ou não chegaria nos R$ 1000 daqui a 2 anos.

Se você andar a 12% ao ano com R$ 826,44 vai ultrapassar os R$ 1000 em 2 anos. Por isso que quando a taxa de juros sobe, o preço do título cai. Nesse exemplo em uma taxa de 12% ao ano o preço unitário do título seria de R$ 797,19 para chegar no mesmo destino – R$ 1000, em 2 anos.

Da mesma forma se sua velocidade (taxa de juros) cair para 8% ao ano, o preço unitário que o título vai negociar para você chegar em R$ 1000 em 2 anos é de R$ 857,34. Ou seja, ele deverá subir para que você chegue ao destino no tempo acordado.

Funciona como uma gangorra, se a sua velocidade (taxa de juros) subir o preço unitário do título cai, pois você está acelerando mais. E se a sua velocidade (taxa de juros) diminuir, o preço unitário do título sobe, pois você está indo mais devagar.

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É vantajoso resgatar um título antes do seu vencimento?

Bem, isso depende…

Se você possui um título pré-fixado ou IPCA+ e optar por vendê-lo em um momento de oscilação negativa (quando as taxas de juros estão subindo), você poderá ter um prejuízo. No entanto, se souber aproveitar uma onda de valorização (quando as taxas de juros estão caindo), poderá obter bons ganhos antes mesmo do prazo de vencimento.

O momento ideal para comprar um título prefixado é quando as taxas de juros estão prestes a cair.

Por exemplo, imagine que você comprou um título por R$ 900 com rentabilidade de 10% ao ano, e decidiu resgatá-lo exatamente um ano após a compra.

Ao vendê-lo, o título estava valendo aproximadamente R$ 1.200, o que é excelente, já que o valor do título deveria ser de apenas R$ 990.

Observe que, nesse momento de venda, você obteve um lucro de R$ 210, o que representa uma valorização de mais de 17% em apenas um ano.

Com os juros subindo, a situação pode ser diferente. Vamos supor que você comprou um título por R$ 900 com rentabilidade de 10% ao ano e decidiu resgatá-lo exatamente um ano após a compra, mas as taxas de juros subiram neste período.

Nesse cenário, o preço do título pode ter caído em relação ao momento da compra, o que significa que você pode ter um prejuízo se decidir resgatá-lo antes do prazo de vencimento.

Supondo que o preço do título tenha caído para R$ 800 após um ano, se você decidir resgatá-lo, receberá apenas R$ 800 de volta, ou seja, terá um prejuízo de R$ 100.

Por outro lado, se você optar por manter o título até o final do prazo de vencimento, receberá o valor total de R$ 1.000, o que significa que ainda terá um lucro de R$ 100 (já que o valor original era de R$ 900).

Portanto, em um cenário de aumento das taxas de juros, pode ser mais vantajoso manter o título até o prazo de vencimento para evitar prejuízos.

Conclusão

Meu conselho é que você preste bastante atenção no momento em que está comprando um título pré-fixado ou atrelado à inflação (IPCA+), pois ele é fundamental para extrair o máximo de retorno nos seus investimentos.

A marcação a mercado pode ser uma estratégia interessante para obter bons ganhos, mas também pode resultar em prejuízos se não for realizada no momento adequado.

Se você não tem tempo ou não tem interesse em vender seus títulos antecipadamente, o melhor é esperar até a data de vencimento para garantir seus ganhos e evitar qualquer tipo de risco.

Lembre-se sempre de avaliar as possibilidades com cautela e buscar informações precisas e atualizadas. Com planejamento e paciência, é possível obter ótimos resultados nos seus investimentos.

Esta matéria foi escrita pelo time da Suno Consultoria. Para conhecer melhor este serviço da Suno, clique aqui

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Guilherme Puim
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