Cristiane Quartaroli

Dólar forte

Com aproximação das eleições presidências, ainda vamos ver muita volatilidade nesse mercado por aqui

Temos observado uma grande volatilidade no mercado de câmbio nas últimas semanas e, quem achava que a tendência da cotação do dólar era de queda aqui no Brasil, se decepcionou.

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É claro que o recente avanço da vacinação no país e melhora no quadro pandêmico contribuíram, e muito, para a melhora dos principais ativos locais no mês de junho, mas julho chegou e a o quadro se reverteu por conta de alguns motivos, principalmente. Vamos ver?

Em primeiro lugar – e talvez mais importante – está nosso conturbado quadro político. Há uma CPI em jogo, com integrantes do alto escalão envolvidos, tentando tapar o sol com a peneira.

Adicionalmente, a reforma tributária entregue recentemente ao Congresso foi fatiada e se traduziu em insatisfação de alguns setores. O resultado, além de pressão no dólar, foi uma queda na avaliação do presidente.

Que é ruim para um país com imagem já bastante afetada diante dos investidores estrangeiros. Mais força para o dólar!

O segundo ponto – e não menos importante – trata-se da força do dólar lá fora. Ou seja, o avanço da vacinação nos EUA e consequente recuperação daquela economia, por si só, já é positivo para a moeda da casa do tio San.

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Além disso, o avanço da inflação americana colocou à mesa a possibilidade de aumento de juros por lá no curto prazo.

Economia americana mais forte com possibilidade de juros mais altos só poderia gerar um resultado, dólar mais forte, é o famoso voo para a qualidade.

Ou seja, os investidores que preferem alocar seus recursos em uma economia com crescimento mais robusto e com boas perspectivas de retorno (leia-se juros altos!). Dólar venceu aqui.

Por fim, o apetite ao risco para países emergentes (olá Brasil!!) segue baixo. De acordo com o Banco Central, o indicador ainda está abaixo do patamar pré-crise para os países emergentes, enquanto para as economias avançadas já ultrapassou níveis observados antes da pandemia.

Ou seja, não há apetite ao risco para o Brasil. O resultado é menos fluxo de capitais vindo para cá e mais desvalorização da nossa moeda. Ou seja, dólar forte.

Então, caros leitores, por hora a luz no fim do túnel para o dólar está amarela, em alerta. E com aproximação das eleições presidências, ainda vamos ver muita volatilidade nesse
mercado por aqui. Preparem-se para grandes emoções.

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Nota

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Cristiane Quartaroli

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