Cielo (CIEL3): Resultado foi positivo, mas analistas recomendam cautela

A Cielo (CIEL3) divulgou seus resultados trimestrais referentes ao período de julho a setembro de 2020, na última terça-feira (27). Embora os resultados tenham superado as expectativas, os analistas do BTG, Credit Suisse e Goldman Sachs estão cautelosos com o papel.

De acordo com o BTG, os problemas estruturais da Cielo permaneceram neste trimestre encerrado em setembro. “Ainda fraco [o resultado do 3T20] mas definitivamente com uma melhora em relação ao 2T20; As expectativas eram baixas”, destacou a instituição financeira.

O BTG salientou que, apesar de fracos, os resultados ainda foram melhores do que suas expectativas. “O lucro líquido foi aproximadamente duas vezes mais forte do que o que o banco havia estimado. Os ganhos voltaram a ficar positivo, depois de um prejuízo de R$ 75 milhões no segundo trimestre”, apontou o banco.

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A instituição também afirmou que Volume Financeiro (TPV) da Cielo no terceiro trimestre foi mais forte, impulsionado pelas transações de débito. O TPV total no terceiro trimestre teve alta de 29% na comparação com o trimestre anterior, uma recuperação mais forte do que o esperado (9% acima do previsto pelo banco), embora com uma queda de 4% na comparação anual.

Segundo o BTG, a receita bruta ficou 6% acima do que o banco esperava. Em suma, o banco afirmou que a Cielo teve um terceiro trimestre melhor do que o aguardado, impulsionado por “tendências seculares”. “Embora as expectativas fossem baixas, acreditamos que é justo dizer que os números da Cielo foram melhor do que o esperado, principalmente se levarmos em consideração a Cielo Brasil. Portanto, não ficaríamos surpresos se as ações surpreendessem positivamente”, afirmou o BTG.

O banco também afirmou que a economia parece estar se recuperando mais rápido do que o previsto e, por isso, os pagamentos digitais/com cartão estão acelerando.

“Temos dificuldade em ver qualquer ângulo para ser estruturalmente positivo nas ações, se a Cielo continuar rodando da mesma forma. Nossa visão sobre as ações e a forma como a empresa está performando hoje continua a ser cauteloso.”, concluiu o BTG.

Credit Suisse

O Credit Suisse informou que o terceiro trimestre da Cielo foi “neutro“. “Vimos resultados de neutros a levemente positivos uma vez que a empresa demonstrou uma boa recuperação no Volume Financeiro (TPV) e capacidade de retomar a adição de clientes à base, o que é um fator chave para possibilitar melhores resultados no futuro”, afirmou a instituição.

Por outro lado, o banco chamou a atenção para a lucratividade da companhia, que continua pressionada. Mesmo com essa dificuldade em ver um horizonte no lucro da empresa, o Credit afirmou que há uma probabilidade de melhora para o indicador.

“Parece justo dizer que a recuperação do negócio de adquirência da Cielo não tem sido fácil de executar. Porém, alguns indicadores operacionais (adições líquidas, receba rapido, …) sugerem que realmente está acontecendo (lentamente)”, informou o banco. O Credit, assim como o BTG, segue cauteloso com a recomendação de ações da empresa.

Goldman Sachs faz análise mais dura sobre a Cielo

O Goldman Sachs chamou atenção para a queda anual de 72% no lucro da Cielo do terceiro trimestre. As perdas anuais em alguns indicadores, de acordo com o banco, deveu-se principalmente a maiores custos e despesas e menores receitas financeiras, que compensaram o melhor crescimento e receitas do volume financeiro.

“Como tal, o lucro continua a decepcionar com margem líquida de apenas 3,8%, apesar da melhora trimestral”, informou a instituição. Com isso, o banco definiu sua recomendação para as ações da Cielo como “manter venda”.

Os papéis da Cielo (CIEL3) operavam em queda de 4,15%, por volta das 12h05 desta quarta-feira (28), e eram negociados a R$ 3,70 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

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Juliano Passaro

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