Cielo (CIEL3): 4T21 foi positivo e “ação está barata”, mas 2022 tem desafios, diz Genial

A Cielo (CIEL3) reportou, na noite da quarta-feira (2), R$ 337 milhões de lucro líquido no quarto trimestre. Analistas de bancos afirmam que os resultados vieram aproximadamente 50% acima da média esperada pelo mercado.

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De acordo com relatório divulgado pelo BTG Pactual (BPAC11), o número teve impacto dos efeitos tributários do pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) e o evento não recorrente do fechamento do desinvestimento do Multidisplay/M4U, “embora estes foram parcialmente compensados pelos efeitos negativos não recorrentes da descontinuação do aplicativo Cielo Pay”.

O BTG avalia que, ao excluir esses eventos e normalizar a alíquota, o lucro teria superado perto de 8% do esperado, marcando a quinta melhora consecutiva trimestral. “Se presumirmos que os lucros continuarão a subir nos próximos trimestres, significa que a ação está inegavelmente barata”, disse o relatório. A ação fechou hoje a R$ 2,19.

Já a Guide Investimentos vê o aumento do lucro como consequência do crescimento do volume de pagamentos, novas ações de controle de custo, além da expansão do Receba Rápido, da linha de adiantamento de recebíveis da Cielo e pela melhora das subsidiárias, como a Cateno.

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O Safra ressalta que a divisão Cateno continua sendo destaque nos resultados. O banco acredita, porém, que os resultados confirmam recuperação gradual em relação ao negócio de adquirência. “Os volumes parecem estar melhorando, apesar de ainda vermos uma leve pressão sobre os yields”, aponta o banco, em relatório. “A partir de agora, a rentabilidade pode se estabilizar, porque não deve sofrer contratempos de alíquotas de ISS mais altas, o que indica números melhores pela frente.”

Vale a pena investir na Cielo?

O Safra elenca alguns pontos positivos após a divulgação do balanço corporativo da Cielo:

  • Oportunidades de crescimento no setor;
  • Escala de liderança e altos níveis de lucratividade;
  • Controlada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, dois dos os maiores bancos do país;
  • Forte geração de fluxo de caixa livre;
  • Foco na inovação;
  • Forte base de dados com informações que podem ser traduzidas em consultoria e receitas de dados.

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Por outro lado, também há determinados riscos:

  • Mudanças no ambiente regulatório;
  • Taxa de intercâmbio em cartões de débito tem um preço limitado;
  • O ambiente competitivo parece se tornar mais difícil;
  • Novas tecnologias podem atrapalhar e alterar significativamente os negócios dos adquirentes;
  • Risco de crédito e inadimplência.

Quais são as recomendações?

BTG Pactual: Com a suposição de que a Cielo está seguindo num caminho de crescimento de lucros, o banco fica tem uma visão mais positiva da empresa, mas escolhe manter a recomendação neutra para a Cielo.

Guide Investimentos: o impacto do resultado é positivo, acima das expectativas. “Esperamos que o resultado agrade os investidores quanto ao desempenho da empresa. Mas, em nossa visão, a Cielo terá mais obstáculos com uma Selic em patamares mais altos, após o aumento da Selic para 10,75%, e devido a correlação com os outros grandes players do setor”, diz Rodrigo Crespi, analista da Guide.

Já para a Genial Investimentos, existem vários desafios relevantes para a empresa em 2022. Entre eles, os analistas destacam o desafio de manter o crescimento de volumes com a base de comparação de 2021, assim como a pressão de preços e a competição acirrada no mercado, o aumento da Selic e como isso afeta o resultado financeiro, além da continuidade da venda de subsidiárias periféricas que geram prejuízos.

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“Apesar das ressalvas para 2022, a perspectiva de melhora operacional, ganho de eficiência da companhia e valuation atrativo justificam a nossa recomendação de compra. Negociada a um valuation de 4,91x P/L 22 mantemos o nosso preço-alvo (PA) em R$ 3,3. Ademais, esperamos um dividend yield atrativo de 8,15% para 2022″, aponta o relatório.

Cotação da Cielo

No fechamento do Ibovespa, as ações da Cielo caíram 6,01%, a R$ 2,19.

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Victória Anhesini

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