Ciclo de alta da taxa Selic chegou ao fim? Veja o que dizem os especialistas

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na quarta-feira, (7) foi anunciada uma elevação de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que agora se encontra em 14,75%. Este movimento marca o sexto aumento consecutivo da taxa básica de juros e deixa em aberto as expectativas para as futuras decisões do Banco Central, em meio a um “cenário de elevada incerteza”, conforme destaca o comunicado da instituição.

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André Barbosa, economista da AZ Quest, comentou que a elevação de 0,5% estava dentro das previsões do mercado, reafirmando a expectativa de um possível aumento final de 0,25% na próxima reunião.  

Segundo ele, o comitê optou por manter “uma flexibilidade bastante grande”, o que pode permitir tanto o encerramento do ciclo de aperto monetário quanto uma nova alta. 

Barbosa apontou que, nos últimos 45 dias, alguns fatores têm demonstrado que “a política monetária ganhou potência”, refletida no aumento do juro real e em um ambiente externo mais desafiador, que, segundo ele, “contribui para a incerteza do cenário”.

Ou seja, em sua visão, o fim do ciclo de alta dos juros ainda está em aberto.

Pode ser que a taxa Selic não suba na próxima reunião do Copom, marcada para 18 de junho

De igual modo, Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, o comunicado da reunião mereceu destaque, especialmente ao mencionar a incerteza causada pela política comercial dos Estados Unidos. 

Bolzan ressaltou que a ausência de guidance para as próximas reuniões é um aspecto positivo, pois permite ao Banco Central uma flexibilidade maior na tomada de decisões futuras, conforme os novos dados forem surgindo. 

Ele completou apontando que “estamos chegando na reta final deste ajuste”, mencionando que os efeitos das elevações de juros normalmente não são imediatos, o que requer cautela nas próximas etapas da política monetária.

De forma geral, o objetivo do Copom é controlar a inflação, as decisões têm sido tomadas de forma independente, acreditam os especialistas. 

Esse processo pode aumentar a credibilidade da instituição e levar à redução do prêmio de risco da economia brasileira, comenta o economista da AZ Quest.

Além disso, ele observa que “o Banco Central vai operando num quadro um pouco mais normalizado”, diminuindo a influência do risco fiscal sobre a demanda em comparação com o passado. 

Esses fatores, segundo os especialistas, são cruciais para se alcançar um encerramento do ciclo de alta da taxa Selic.

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Gustavo Bianch

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