China: crise no mercado imobiliário deve desacelerar economia do país até 2031

A campanha agressiva da China para conter a atividade imobiliária especulativa pode desacelerar a taxa de crescimento do país nos próximos anos, dizem economistas. E acrescentam que mesmo que o pior cenário – uma grande correção do mercado habitacional com queda acentuada nos preços das residências – seja evitado, as perdas para a economia do país gigante asiático ainda serão grandes.

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A atividade imobiliária é responsável por cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) da China e o comportamento especulativo tem apoiado o emprego e a arrecadação de receitas nas cidades chinesas há anos.

Sem um mercado imobiliário em expansão, é mais provável que a China registre um crescimento anual de cerca de 3% a 5% nos próximos anos, dizem os especialistas, em vez da expansão de mais de 6% a que está acostumada.

“Uma campanha bem-sucedida para tornar a habitação mais acessível terá um custo, talvez colocando 5-6% do crescimento fora de alcance de forma duradoura”, escreveram economistas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), em relatório recente.

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O IIF projeta que o PIB da China se expanda em uma média de 3% ou menos a cada ano de 2022 a 2031, à medida que sua economia amadurece, a renda per capita aumenta e o setor imobiliário desacelera. “Simplesmente não há outro setor ou indústria que possa preencher a lacuna se o setor imobiliário não for mais um motor de crescimento”, disse Yao Wei, economista da Société Générale em Hong Kong.

Crise no mercado imobiliário da China

As autoridades chinesas há muito enfatizam a necessidade de um crescimento de maior qualidade proveniente do consumo doméstico, em oposição a investimentos em propriedades e infraestrutura.

Depois de anos de preços residenciais em rápida ascensão e dívidas em alta, as autoridades chinesas impuseram novas regras no ano passado com o objetivo de desacelerar o mercado e limitar quanto as incorporadoras podem pedir emprestado para continuar expandindo.

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Essas medidas levaram a uma queda acentuada nas vendas e aumentaram as preocupações de uma possível desaceleração imobiliária severa. Muitos analistas dizem que Pequim tem muitas ferramentas para conter os danos. No entanto, mesmo uma queda controlada na atividade imobiliária afetará muitas pessoas.

Empresas privadas, como a incorporadora China Evergrande Group, empregam centenas de milhares de trabalhadores em todo o país, ao mesmo tempo que apoiam empresas de construção e outras empreiteiras.

Quase 20% dos 285 milhões de trabalhadores migrantes da China ganharam renda de empregos relacionados à construção em 2020, mostram dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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