CBA (CBAV3) abre caminho para a virada operacional e anima analistas da XP
A CBA (CBAV3) voltou ao radar dos investidores após a XP atualizar suas estimativas e reforçar uma leitura mais construtiva para a companhia. Em relatório recente, a casa reiterou a recomendação de compra e elevou o preço-alvo para o fim de 2026 para R$ 9,50 por ação, o que representa um potencial de valorização de cerca de 40%.
Segundo os analistas, o forte desempenho recente do papel — que acumula alta expressiva desde as mínimas de agosto de 2025 — não se explica apenas por especulações envolvendo mudanças de controle ou projetos pontuais. A XP avalia que o caso da CBAV3 está cada vez mais ancorado em fundamentos, com melhora do momentum operacional, redução estrutural de custos e perspectivas mais sólidas de geração de caixa no médio prazo.
A leitura central do relatório é que a companhia começa a sair de um período mais desafiador e passa a abrir caminho para uma fase de maior previsibilidade operacional e financeira, em um contexto de demanda estruturalmente favorável para o alumínio.
CBAV3 deve ganhar fôlego com recuperação operacional e queda de custos
Um dos principais gatilhos apontados pela XP é a normalização da refinaria de alumina, esperada a partir do quarto trimestre de 2025. A recuperação das operações deve contribuir para a melhora do desempenho operacional ao longo de 2026, reduzindo gargalos que pressionaram resultados recentes.
Além disso, os analistas destacam a perspectiva de queda relevante nos custos de energia a partir de 2028, quando expira um contrato considerado oneroso. Segundo a XP, essa mudança estrutural pode adicionar cerca de R$ 300 milhões ao EBITDA, ampliando de forma significativa a capacidade de geração de caixa da companhia.
Outro ponto relevante é a expectativa de menores necessidades de capex após a conclusão dos projetos de crescimento e modernização. A XP estima economias anuais entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões, o que reforça a tese de melhora do fluxo de caixa livre no médio prazo para a CBA (CBAV3).
XP vê valuation atrativo e exposição ao dólar como diferencial
No cenário de mercado, a XP avalia que o alumínio deve permanecer relativamente equilibrado nos próximos anos. A casa trabalha com preços em torno de US$ 2.800 por tonelada em 2026 e US$ 2.650 a partir de 2028, sustentados por demanda ligada a veículos elétricos, energia renovável e investimentos em redes de transmissão, além de restrições de oferta fora da China.
Nesse contexto, a CBAV3 se destaca por oferecer exposição a preços do alumínio em dólar, característica vista como positiva em um ambiente de maior incerteza econômica no Brasil. Para a XP, essa combinação deve resultar em FCF yields atrativos, estimados em cerca de 14% no curto prazo e superiores a 30% em cenários de preços mais elevados do metal.
No relatório, os analistas afirmam que “a combinação entre recuperação operacional, redução estrutural de custos de energia e menor intensidade de capex cria condições para geração de caixa robusta e valuation altamente atrativo para a CBA no médio e longo prazo”, reforçando a recomendação de compra para a CBAV3.