Casas Bahia (BHIA3) aumenta prejuízo, mas Ebitda salta 47%
A Casas Bahia (BHIA3) divulgou registrou prejuízo líquido de R$ 408 milhões no do primeiro trimestre de 2025, ampliando as perdas frente aos R$ 261 milhões do mesmo período de 2024. A cifra veio pior que o esperado pelo mercado, que projetava um prejuízo de R$ 334 milhões, segundo consenso Bloomberg.

Apesar do resultado negativo, o desempenho operacional da varejista apresentou sinais de recuperação, com avanço da receita líquida e do Ebitda ajustado.
A companhia registrou receita líquida de R$ 6,9 bilhões entre janeiro e março, crescimento de 10,1% em relação ao 1T24, impulsionada pelo forte desempenho das lojas físicas e do marketplace. O Ebitda ajustado somou R$ 570 milhões, alta de 47,3% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada avançou 2,1 pontos percentuais, atingindo 8,2%.
Segundo Elcio Ito, diretor Financeiro da Casas Bahia, “mesmo diante de um cenário macroeconômico mais adverso, os números reforçam a coerência estratégica do Plano de Transformação adotado desde agosto de 2023”. Já Gabriel Succar, diretor de Relações com Investidores, destacou que o elevado patamar da taxa básica de juros impactou o resultado da Casas Bahia.
Casas Bahia (BHIA3): receita em alta e avanço nas vendas físicas
O volume bruto de mercadorias (GMV) da Casas Bahia (BHIA3) totalizou R$ 10,7 bilhões no trimestre, um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior. Nas lojas físicas, o GMV avançou 16,2% e as vendas em mesmas lojas cresceram 17,7%. No e-commerce, o crescimento foi mais modesto, de 2,4%. Já o marketplace (3P) teve alta de 14,6%.
A carteira de crédito CDC Digital cresceu 14,5%, mas a provisão para devedores duvidosos (PDD) subiu de R$ 626 milhões no 4T24 para R$ 661 milhões no 1T25, em linha com o maior volume concedido e os riscos associados.
Analistas veem melhora operacional, mas alertam para fluxo de caixa e riscos
Segundo análise da XP Investimentos, a Casas Bahia (BHIA3) apresentou uma melhora importante nos resultados operacionais, com destaque para a evolução do Ebitda e da margem. No entanto, a corretora chamou atenção para a persistência de pressões na última linha do balanço e no fluxo de caixa livre, impactados principalmente por resultados financeiros e passivos legais.
A XP apontou que essas linhas melhoraram 35% a 37% frente ao mesmo período de 2024, atingindo R$ 130 milhões e R$ 137 milhões, respectivamente. “A diretoria da empresa espera uma melhora gradual na margem Ebitda em 2025”, destacou a análise.
A Genial Investimentos também vê com cautela o aumento da PDD e levanta um alerta para uma possível tendência de alta na inadimplência. “Sazonalidade? Talvez. Mas vale ligar o sinal amarelo”, escreveram os analistas, que mantêm recomendação de venda para o papel das Casas Bahia (BHIA3).