Grupo Casas Bahia (BHIA3): fundos de investimento ficam com maior parte de oferta; ações estreiam novo ticker

Os fundos de investimento ficaram com a maior parcela das ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3), antiga Via, no âmbito da oferta subsequente de ações da companhia, segundo aviso de fechamento da operação, divulgado na terça-feira (19). Nesta quarta-feira (20), inclusive, os papéis da empresa passam a ser negociados sob um novo código de negociação.

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De acordo com o comunicado, os fundos de investimento ficaram com 67,8% das ações ofertadas, o que corresponde a 528.102.100 papéis. Em segundo lugar, aparecem os investidores estrangeiros, com 118.508.376 ações, equivalente a 15,2% das ações subscritas na operação.

Na terceira posição, estão demais pessoas jurídicas ligadas à emissora e/ou aos participantes do consórcio, com 96.836.366 papéis. Em seguida, estão entidades de previdência privada, com um total de 12.998.317 ações.

Ao todo, a oferta realizada pelo Grupo Casas Bahia levantou R$ 622.919.426,40, desconsiderando lotes extras, ao preço de R$ 0,80 por ação. Por sua vez, considerando o exercício de todos os bônus de subscrição emitidos, o montante total que poderá ser captado pela companhia é de R$ 1.121.254.583,20.

A oferta é coordenada pelo UBS BB, Bradesco BBI, BTG Pactual (BPAC11), Itaú BBA e Banco Santander (SANB11).

Ações estreiam novo ticker na Bolsa

A partir do pregão desta quarta-feira (20), as ações do Grupo Casas Bahia passam a ser negociadas na bolsa de valores com um novo código de negociação, o BHIA3. O novo ticker vem em substituição ao código atual (VIIA3), e o nome de pregão da empresa passará a ser somente “Casas Bahia”, em substituição à “Via”.

“O novo posicionamento da marca institucional, nova assinatura corporativa e agora a alteração do ticker para BHIA3 reforçam a estratégia da companhia de focar no DNA da sua principal bandeira, resgatando o histórico de bons resultados das categorias core, nas quais somos especialistas e reconhecidos como destino de compras”, explicou a Via em seu comunicado na semana passada.

Outra novidade anunciada foi a retomada do uso do slogan da Casas Bahia, identificado por muitos anos no Brasil como: “dedicação total a você”. Conforme noticiado pelo Valor em meados de agosto, a mudança no nome social da Via já estava sendo discutida nesse período.

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Grupo Casas Bahia, ex-Via (VIIA3), é rebaixado: últimas decisões ‘azedaram’ tese sobre a companhia, dizem analistas

Em relatório divulgado na segunda-feira (18), analistas do BB Investimentos decidiram rebaixar a recomendação da companhia, apesar de manter algum otimismo após a divulgação do Plano de Transformação do Grupo Casas Bahia, novo nome da Via.

Os especialistas cortaram o preço-alvo das ações da Via de R$ 2,30 para R$ 1,40, e rebaixaram a recomendação para neutra.

“Entendemos que, no último mês, as ações do Grupo Casas Bahia passaram por momentos bastante desafiadores. Em nosso último relatório, referente ao resultado do 2T23, comentamos que, apesar dos números fracos, a divulgação de um plano de transformação de 2 anos tendo como prioridades a geração de caixa e melhoria da rentabilidade poderia ser um catalisador de resultados mais construtivos já nos próximos trimestres, razão pela qual elevamos nossa recomendação para compra naquela ocasião”, diz o BB Investimentos.

Desde o fim de agosto, as ações VIIA3 somam retração de 56%. Em uma janela maior, de 12 meses, os papéis mostram retração de 77%.

Um dos principais catalisadores para essa retração foi a recente decisão da empresa de realizar uma emissão de bilhões de papéis – já precificados a R$ 0,80, patamar abaixo do preço de fechamento da véspera do anúncio da operação ao mercado.

“Pesou sobre a nossa decisão de rebaixamento da recomendação o fato de a administração da companhia prosseguir com uma oferta que precificou suas ações a R$ 0,80, desconto de 30% sobre o preço de fechamento do dia da precificação (13/09) e 57% abaixo do preço em 11/08, transmitindo uma mensagem negativa aos minoritários, em nossa visão”, dizem os analistas.

Para o BB-BI, com esse movimento, a companhia chancelou um novo patamar de preço para suas ações e sinalizou aos investidores a necessidade de captação de recursos ‘a qualquer preço’ ao invés de aguardar até que o mercado pudesse vislumbrar os primeiros sinais positivos decorrentes do plano de transformação.

A casa também observou medidas tomadas pela companhia que pressionaram o desempenho das ações, em especial no que se refere à oferta pública de ações (778.649.283 ações), precedida da necessidade de convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar acerca da alteração do capital autorizado para até 3 bilhões de ações ordinárias.

“Esse movimento implicou em uma queda de cerca de 35% do preço das ações entre o dia 05/09 e 11/08. Ao nosso ver, essa queda refletiu a preocupação dos investidores com a iniciativa da companhia em captar recursos em um momento delicado em que, apesar da boa recepção do plano de transformação, ainda é incipiente para observar melhoras concretas decorrentes dos projetos ora em curso”, completa.

Assim, o BB-BI optou por rebaixar a recomendação para neutra, mesmo diante do alto potencial de valorização entre o preço corrente e nosso preço-alvo para o final de 2024, por entender que o destravamento de valor ocorrerá somente após avanços no plano de transformação, sendo esperados resultados pressionados no 2S23 em decorrência das despesas não recorrentes relacionadas às iniciativas de redução de pessoal e fechamento de lojas, por exemplo.

“Monitoraremos os resultados dos próximos trimestres, bem como o equilíbrio da relação risco-retorno – que hoje se encontra em patamar desfavorável para os nossos investidores – para revisitar as
premissas atribuídas à nossa recomendação atual”, disse o BB-BI sobre Via.

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Desempenho das ações da Via

Cotação VIIA3

Gráfico gerado em: 20/09/2023
1 Dia

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Giovanni Porfírio Jacomino

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