Carrefour (CRFB3) tem queda de 13,5% no lucro líquido ajustado do 4T21

O Carrefour (CRFB3) divulgou nesta terça-feira (15) seu balanço do quarto trimestre de 2021. A empresa registrou uma queda de 13,5% no lucro líquido ajustado na comparação anual, indo de R$ 886 milhões no 4T20 para R$ 766 milhões no 4T21.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-4.png

No acumulado do ano, a queda do lucro líquido foi de 13%, no montante total de R$ 2,4 bilhões. Entre as razões para a queda, a companhia cita o “impacto do aumento das despesas financeiras (com maior nível de endividamento e taxas de juros)”. 

A companhia teve bons resultados no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês). No quarto trimestre, a empresa registrou R$ 1,75 bilhão.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

O Ebitda ajustado do Carrefour cresceu 1,4% contra o 4T20: margem com uma diferença de dois pontos percentuais, indo de 8,7% no mesmo período em 2020 para 8,5%. No total do ano, houve aumento de 1,9% no Ebitda ajustado, para R$ 5,7 bilhões.

“O Grupo Carrefour Brasil apresentou um desempenho muito resiliente no 4T e no ano de 2021, com crescimento nas vendas brutas e Ebitda ajustado, mesmo diante de uma base de comparação muito difícil”, afirma a CEO Stephane Maquire, no release de divulgação do balanço.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Na linha do Ebitda ajustado, a empresa afirma que o resultado se deveu à combinação do bom desempenho das lojas do Atacadão e da continuidade da tendência de recuperação do Banco Carrefour.

“Isso mais do que compensou o desempenho da divisão Varejo, que foi negativamente impactada pelo segmento não alimentar”, escreveu a companhia em seu documento de balanço. A divisão de varejo melhorou a tendência dos trimestres anteriores, com alta de 1,5% no faturamento do segmento alimentar. No entanto, o segmento não alimentício teve queda de 23%. Assim, houve queda de 3,4% nas vendas brutas totais do varejo, o que puxou o resultado consolidado da companhia para baixo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Dívida líquida do Carrefour em 2021

O Carrefour, em dezembro, estava com dívida líquida de R$ 2,4 bilhões ou 0,43x Ebitda ajustado LTM. “Considerando a dívida líquida média LTM (R$ 5,9 bilhões, incluindo recebíveis descontados e usando números de final de trimestre), a alavancagem representaria 1,03x o EBITDA Ajustado LTM em dezembro de 2021 (vs 0,51x em 2020)”, aponta os resultados.

Em números, o custo líquido da dívida (incluindo recebíveis descontados) totalizou R$ 169 milhões no 4T21. A empresa afirma que o valor foi impulsionado pelo aumento do nível de endividamento em relação a 2020, assim como o aumento das taxas de juros no Brasil. Por fim, o resultado financeiro líquido do Carrefour representou uma despesa de R$ 266 milhões neste trimestre, R$ 126 milhões superior ao 4T20.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/09/960x136-1-1.png

Carrefour: sinergias com BIG

Em janeiro de 2022, a Superintendência Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou a aprovação da aquisição do Grupo BIG pelo Carrefour, anunciada em março de 2021. A decisão final deve ser publicada até junho, lembra a empresa. “A recomendação baseia-se na celebração de um Acordo em Controle de Concentrações que prevê a alienação de operações para mitigar problemas de concentração excessiva. O Cade menciona até 11 das 388 lojas do Grupo BIG, representando até 2,8% do portfólio total de lojas.”

As sinergias esperadas identificadas pelo Grupo Carrefour Brasil no momento da assinatura da operação somaram, segundo a companhia, “um EBITDA adicional de R$ 1,7 bilhão três anos após o fechamento.”

O Carrefour acrescenta: “Após a revisão, atualmente vemos pelo menos 15% de aumento em relação ao valor inicialmente comunicado. Nesse momento estimamos que o montante de sinergias seja de no mínimo R$ 2,0 bilhões no ano de 2025.” As principais oportunidades incluem, de acordo com o Carrefour:

  • Maiores ganhos relacionados à densidade de vendas e conversão de lojas
  • Sinergias de compras
  • Otimização de despesas gerais e maior eficiência da cadeia de suprimentos

 

Victória Anhesini

Compartilhe sua opinião