Carrefour (CRFB3): Casal negro é agredido em unidade em Salvador; empresa diz que segurança ‘não é funcionário’

Um casal negro foi agredido na área externa de uma unidade do Grupo Carrefour (CRFB3) em Salvador (BA), mostra um vídeo que circula nas redes sociais desde sexta-feira (5).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-4.png

A rede de supermercados afirma que afastou a equipe de prevenção e rescindiu o contrato com a empresa de segurança responsável pelo local. O caso aconteceu em uma loja do Big Bompreço, rede adquirida pelo Carrefour com a compra do Grupo Big.

Na gravação, a mulher é questionada sobre um suposto furto e mostra uma mochila aberta, com embalagens de leite em pó.

Ela, que se identificou como Jamile, disse que estava precisando dos produtos. “Por causa da minha filha.”

O homem, que aparece agachado, afirmou se chamar Jeremias e disse ser de Itapuã, bairro turístico da capital baiana. Ele promete ainda não voltar mais ao supermercado.

“Não sou ladrão, não”, acrescentou. Ambos levam tapas no rosto, mas não é possível ver os autores da violência.

Nas redes sociais, o diretor de Prevenção do Grupo Carrefour Brasil, Claudionor Alves, chamou o fato de “inadmissível”, disse que “causou profunda indignação” e defendeu a investigação do episódio.

Assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e a equipe de prevenção, além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa, onde a violência aconteceu”, disse, em vídeo divulgado no sábado (6).

Além disso, Alves afirma ter registrado boletim de ocorrência. “Esse crime não ficará impune”, acrescenta.

A 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, segundo a Polícia Civil, “já tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos”.

“Estamos buscando o contato da Jamille e do Jeremias para nos desculparmos pessoalmente, além oferecer suporte psicológico, médico ou qualquer outro apoio necessário”, acrescenta a empresa.

Morte após espancamento em Porto Alegre revoltou o Brasil

Em novembro de 2020, o soldador João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado e morto por dois seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre.

O crime revoltou o Brasil, teve repercussão internacional e motivou uma série de protestos contra a empresa.

Em junho do ano seguinte, o Carrefour assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal gaúcho e as ONGs Educafro e Centro Santo Dias de Direitos Humanos para promover ações de valorização da diversidade interna e externamente.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

Carrefour diz, mais uma vez, que segurança que agrediu em uma de suas lojas ‘não é funcionário’

Depois da repercussão do vídeo divulgado nas redes sociais que mostra agressões, a companhia compartilhou seu posicionamento nas redes sociais.

“Até o momento, pelas características identificadas no vídeo, é possível afirmar que o agressor que aparece nas imagens não é funcionário da loja”, escreveu a companhia no Twitter.

O porta-voz ainda diz que a companhia busca contato com as vítimas para que possa pedir desculpas pessoalmente, além de oferecer suporte psicológico, de saúde ou qualquer outro apoio que seja necessário.

Em 2020, o Carrefour foi centro de um escândalo com a morte de João Alberto Freitas nas dependências de uma loja do grupo em Porto Alegre (RS). O homem foi espancado e asfixiado por seguranças de uma empresa terceirizada.

Em 2021, o Carrefour fechou com o Ministério Público do Rio Grande do Sul um Termo de Ajustamento de Conduta no valor de R$ 115 milhões em razão do crime ocorrido.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião