Campos Neto: “Se tem uma coisa que BC tem feito é não ficar atrás da curva”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantiu nesta quinta-feira (24) que o Brasil não está atrás da curva em relação à política monetária. “Se tem uma coisa que o BC tem feito é não ficar atrás da curva”, afirmou durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pela manhã.

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De acordo com ele, o Brasil foi o país “que mais fez (em relação à elevação de juros) e que o choque adicional verificado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) justificava aumentar a Selic em 1 ponto porcentual agora e sinalizar outra elevação de mais 1 ponto porcentual para a próxima reunião de maio. “Se o cenário internacional se agravar ou houver outro choque, podemos repensar cenário”, disse.

Fazer um movimento adicional em junho não é o mais provável, segundo Campos Neto.

Ele ressaltou, no entanto, que o mundo passa atualmente por um “cenário volátil”. “Os modelos apontam para uma inflação mais baixa para a frente, ainda que no curto prazo seja momento de bastante pressão e volatilidade”, considerou.

Na mesma entrevista, a diretora de Assuntos Internacionais, Fernanda Guardado, acrescentou que “só o tempo dirá” quando o cenário de referência voltará a ser o de maior probabilidade. Atualmente, o BC trabalha com um cenário alternativo detalhado pela primeira vez no RTI desta quinta-feira.

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Campos Neto: inflação abaixo da meta só em 2024

Campos Neto também afirmou durante o evento que os modelos da autoridade monetária apontam para uma inflação abaixo da meta em 2024. No entanto, ele ponderou que ainda “há muita incerteza”: “2024 não é o nosso horizonte relevante”, enfatizou.

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Na mesma coletiva, Fernanda Guardado apresentou o quadro visado pelo Copom para conter a alta dos preços. “Nosso horizonte agora é principalmente 2023. Na próxima reunião (do Copom, em maio), será integralmente 2023”, explicou.

De acordo com presidente do BC, sempre há uma defasagem em relação às decisões do Copom e que a inflação de curto prazo tem sentido a volatilidade vista com a celeridade da absorção interna dos preços internacionais do petróleo. “A velocidade de repasse dos preços de combustíveis tem sido recentemente mais rápida do que o antecipado”, admitiu.

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Ainda, Campos Neto comentou que todo o banqueiro central navega em dois tipos de cenários quando olha para a inflação em alta. Um deles é verificar uma desancoragem em tempos de volatilidade e jogar o juro mais para cima por mais tempo, levando a economia para a recessão. A outra é minimizar a alta da inflação. “Entendemos que não existe risco de ‘overkill'”, salientou.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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