Caixa preta de avião da Ethiopian indica “semelhanças” com acidente da Lion Air

As análises da caixa preta do avião da Ethiopian Airlines que caiu no último domingo (10) mostraram “semelhanças claras” com o acidente da aeronave Lion Air Crash, ocorrido em outubro do ano passado.

“Semelhanças claras foram observadas entre o voo 302 da Ethiopian Air e o voo 610 da Indonesian Lion Air, que será objeto de estudo adicional durante a investigação”, disse a ministra dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges.

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Porém, a ministra não deu detalhes sobre quais foram as semelhanças identificadas. Segundo investigações, uma falha no sistema no modelo da Boeing pode ter provocado a queda dos aviões da Lion Air e a Ethiopian Airlines. 

Em resposta, a fabricante antecipou a atualização do software para antes de abril. A Boeing começou a desenvolver atualizações e melhorias nos programas das aeronaves após o acidente da Lion Air na Indonésia. De acordo com a empresa, o objetivo é “fazê-las ainda mais seguras”.

CEO da Ethiopian

Na última sexta-feira (15), o CEO da Ethiopian Airlines, Tewolde Gebremariam, disse à agência chinesa Xinhua que há semelhança entre a queda de seu Boeing 737 MAX 8.

“Há semelhança clara entre o nosso acidente e o acidente da Lion Air”, destacou. “É uma situação muito difícil. Parece o da Lion Air porque o voo durou apenas seis minutos”, disse Gebremariam.

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De acordo com o presidente da Ethiopian, os resultados das investigações da caixa-preta do avião de sua companhia “levarão alguns dias”.

Diante da possibilidade de haver relações entre os acidentes, inúmeras empresas aéreas paralisaram as operações do avião. Entre elas a brasileira Gol.

Além disso, órgãos reguladores proibiram a utilização do modelo 737 Boeing MAX 8, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).  No último dia 14, a própria Boeing já havia suspendido as entregas programadas do modelo 737 MAX 8, assim como a sua operação.

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Outros países

Além dos Estados Unidos e Brasil, outros países e alguma companhias aéreas também decidiram restringir o uso do Boeing 737 MAX 8 em seus territórios, sendo eles:

  • África do Sul (Comair);
  • Argentina (Aerolíneas Argentinas);
  • Austrália;
  • Bermuda;
  • Brasil;
  • China;
  • Coreia do Sul;
  • Emirados Árabes Unidos;
  • Etiópia (Ethiopian);
  • Ilhas Cayman (Cayman Airways);
  • Índia;
  • Indonésia;
  • Kuwait;
  • Malásia;
  • Marrocos (Royal Air Maroc);
  • México (Aeromexico);
  • Mongólia (MIAT Mongolian);
  • Noruega (Norwegian);
  • Omã;
  • Singapura;
  • Turquia (Turkish Airways);
  • Índia;
  • União Europeia;
  • Estados Unidos
Renan Dantas

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