BrMalls (BRML3) tem nova proposta na mesa com oferta de R$ 1,85 bi e ações da Aliansce (ALSO3)

A Aliansce Sonae (ALSO3) insiste na proposta da compra da brMalls (BRML3) nesta segunda (14), e agora aumenta valores, com pagamento de R$ 1,85 bilhão.

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Além disso, segundo a Aliansce, serão entregues 276,7 milhões de ações ALSO3 para a brMalls, o que deve representar 51,08% do capital social das companhia resultantes de uma fusão.

O valor representa uma relação de substituição de 1 ação de emissão BRML3 para 0,33414420ação de emissão de ALSO3.

Essa nova proposta também representa uma acréscimo de 10,9% em relação ao valor da Proposta Original e 16,1% em relação ao valor de cotação das ações de emissão da brMalls, no dia anterior à divulgação da combinação de negócios ao mercado.

A expectativa é de que a Aliansce, que já tem 5% das ações da concorrente, chame assembleia extraordinária para discutir a questão.

O colunista Lauro Jardim, d’O Globo, já havia adiantado que a proposta incluiria um aumento de 11% nos valores na mesa. O texto motivou o comunicado oficial da companhia, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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“Convicta de que a combinação de negócios é uma oportunidade única de fortalecimento de ambas as companhias, com ganhos significativos para os seus acionistas, clientes e demais stakeholders, ALSO3 e seus assessores financeiros vêm mantendo interações com os acionistas da brMalls que, em sua maioria, têm demonstrado apoio à concretização da pretendida operação”, diz a Aliansce.

Pouco antes da abertura do pregão, a brMalls informou que tomou conhecimento que a Aliansce divulgou fato relevante com as novas condições, mas que não recebeu qualquer nova proposta por parte da empresa ou pedido de convocação de assembleia geral.

A brMalls também reafirmou que “sempre está à disposição para avaliar qualquer proposta de transação que possa gerar valor para ela e seus acionistas”.

Proposta anterior já previa R$ 1,35 bilhão pela brMalls

Ambas as companhias já tem um longo histórico de negociações, com diversas propostas negadas em consecutivo.

Ainda em janeiro a Aliansce divulgou em fato relevante ao mercado que propunha a combinação dos negócios com a brMalls, ao entender que a fusão teria a “capacidade de fortalecer os negócios da companhia combinada, aproveitando os talentos e as melhores práticas de cada uma das companhias, criando oportunidade única de geração de valor para os acionistas”.

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Em resposta, a brMalls declarou que a proposta não-solicitada havia sido rejeitada de forma unânime pelo conselho de administração por entender que “subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo da brMalls e do seu portfolio de ativos”, visando um preço maior de negociação.

A proposta, feita pela Aliansce, foi considerada uma “fusão de iguais”, uma vez que os acionistas de cada grupo teriam uma participação de 50% no conglomerado formado.

Os acionistas da brMalls também receberiam R$ 1,35 bilhão em dinheiro para cobrir parte da diferença de valor de mercado entre ambas, de R$ 7,8 bilhões da brMalls e de R$ 5,7 milhões da Aliansce, segundo dados de valuation do Status Invest.

Sem prêmio de controle, sem negócio

Em comentários feitos nos bastidores, a brMalls classificou o negócio como uma tentativa de aquisição sem o pagamento pelo ‘prêmio de controle’ – valor que acrescido pelo fato de que, na prática, os atuais controladores da Aliansce ficariam com 24,5% do novo grupo combinado, deixando-os a frente do negócio.

Apesar da recusa ter sido assertiva e aparentar vir após poucas discussões – já que em poucas horas a negativa veio à público – ainda no começo deste mês a brMalls anunciou que iniciou conversas preliminares com outra competidora, a Ancar Ivanhoe, envolvendo a combinação de seus portfólios, “sem contudo haver qualquer definição sobre os termos e condições de eventual operação”.

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Desde então, a Aliansce tem buscado outros acionistas para formar um bloco favorável à fusão e fontes indicam que o número supere 20% da base total da brMalls.

A Aliansce avalia que as sinergias da combinação dos negócios possa gerar uma cifra de R$ 210 milhões por ano e compensem a ausência de prêmio. A brMalls, por sua vez, questiona o valor.

Desempenho de brMalls e Aliansce

As ações da Aliansce ficam praticamente estáveis desde o início de 2022, com queda de somente 0,15% no acumulado e cotação de R$ 20,59. Na janela de 12 meses, contudo, a queda é de 23%.

Os papéis da brMalls, por sua vez, sobem 11,8% desde o início do ano, apesar da baixa de 4% na janela de 12 meses. A cotação é de R$ 8,94.

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Eduardo Vargas

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