Brisanet (BRIT3), novata na bolsa e maior do Nordeste, brigará pelo 5G com gigantes

A maior operadora de internet do Nordeste, a Brisanet (BRIT3) vai brigar pela faixa regional do 5G de 3,5 Ghz a partir da qual poderá passar a oferecer internet móvel a seus 754 mil clientes de banda larga fixa, TV por assinatura e telefonia, como alternativa às grandes teles companhias do ramo de telecomunicação.

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A união da internet móvel por 5G com a banda larga por fibra óptica será o “combo perfeito”, na definição do fundador, acionista controlador e presidente da Brisanet, José Roberto Nogueira.

“O 5G é o complemento que a gente estava procurando”, afirmou.

Mais do que negócios, a estratégia representa um novo capítulo de um sonho antigo de Nogueira: levar conectividade a sua região de origem.

O empresário, de 56 anos, é o caçula de dez irmãos de uma família de agricultores de Pereiro, cidade do Ceará a 342 quilômetros da capital, Fortaleza. É ali que fica a sede da Brisanet desde a fundação, há 22 anos. “Nascemos com a proposta de trazer desenvolvimento para a nossa região”, diz.

Nogueira migrou cedo para São José dos Campos (SP), onde conseguiu um emprego na Embraer (EMBR3). Não demorou para retornar à cidade natal e colocar em prática os primeiros experimentos em telecomunicações. Começou vendendo antenas parabólicas para os moradores do sertão. Em 1997, investiu US$ 10 mil para importar e adaptar equipamentos de internet via rádio – um ramo praticamente inexplorado na época.

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Brisanet surfou onda de pequenas e médias empresas

A Brisanet deslanchou, tornando-se um operador relevante no segmento das pequenas e médias empresas. Em 2010, já tinha mais de 30 mil clientes no interior nordestino – região historicamente deixada em segundo plano pelas grandes teles.

Embora a procura pela internet via rádio fosse alta, Nogueira sabia que esse modal não duraria muito, pois não comportaria as velocidades mais altas de navegação do futuro.

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Então, decidiu apostar em fibra óptica – algo que, uma década atrás, era incipiente até mesmo em países com tecnologia de ponta como Estados Unidos, China e Coreia do Sul.

No Brasil dessa época, as conexões nas capitais eram baseadas em cabos de cobre. “Entendemos que tínhamos de fazer uma transformação completa da rede. E o cobre também não seria suficiente para a demanda futura”, diz.

Atualmente, operadora alcança 110 cidades

A Brisanet foi importando equipamentos e treinando mão de obra a partir de Pereiro, a cidade natal de Nogueira e de seus sócios, Paulo Estevam e João Paulo Estevam.

Hoje, a Brisanet está em 110 cidades nos Estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, sendo líder no Nordeste entre os provedores regionais e a quarta maior base de assinantes de banda larga do País, atrás de Claro (9,7 milhões), Vivo (6,3 milhões) e Oi (5,2 milhões), mas à frente de Algar (731 mil) e TIM (676 mil), segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A Brisanet também trabalha com a Agility Telecom, seu modelo de franquia. A empresa-mãe leva a espinha dorsal da rede de fibra até as pequenas cidades, enquanto o franqueado vende os planos e liga a fibra à casa dos usuários.

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Já são 96 franqueados cobrindo 300 cidades. A meta é, em até três anos, chegar a 220 cidades com a Brisanet e 500 via Agility Telecom.

Investimento. O dinheiro para a expansão virá da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) concluída em julho, que gerou R$ 1,25 bilhão. Os aportes terão foco no crescimento orgânico, sem planos de comprar empresas menores como os dos concorrentes.

Os recursos também vão servir para disputar o bloco regional da faixa de 3,5 Ghz no leilão do 5G. A Brisanet ainda avalia uma oferta pela faixa de 700 Mhz, onde poderia oferecer o sinal do 4G, mas só no caso de o bloco nacional acabar dividido em dois regionais.

“O rápido crescimento da Brisanet pode ser explicado por uma combinação de forte demanda por banda larga, competição relativamente amena nas cidades menores e um grande pedaço dos clientes que ainda estão conectados a tecnologias antigas, como o cobre”, afirmaram os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, do BTG Pactual. Eles ainda destacam a velocidade “surpreendente” com que a Brisanet consegue ganhar mercado após entrar numa cidade. Em João Pessoa, bastaram dois anos para liderar o mercado, com 40% de participação.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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