BRF (BRFS3) aprova fusão com Marfrig (MRFG3); veja o que muda

A BRF (BRFS3) comunicou nesta terça-feira (5) que seus acionistas aprovaram, em assembleia, a proposta de fusão com a Marfrig (MRFG3). O anúncio foi feito por meio de fato relevante divulgado ao mercado.

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A proposta de fusão entre BRF e Marfrig ainda depende da aprovação pela assembleia da Marfrig, também agendada para esta terça-feira. A operação prevê a incorporação da BRF pela Marfrig, com a companhia resultante permanecendo listada no Novo Mercado da B3.

As negociações das ações da BRF foram interrompidas na B3 às 11h48, em razão da iminência da divulgação do comunicado. O processo ainda aguarda os próximos desdobramentos oficiais.

Aprovação do Cade

No início de junho, a área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação da fusão sem restrições. Segundo o parecer, a união das empresas não configura risco de concentração indevida de mercado.

De acordo com o Cade, a participação conjunta da Marfrig e BRF nos mercados com sobreposição horizontal permaneceria abaixo de 50%, com a maioria dos segmentos abaixo de 20%, limite considerado para uma posição dominante.

Além disso, a autarquia destacou que, nos mercados verticalmente integrados, a concentração ficaria abaixo de 30%, afastando riscos de prejuízo à concorrência.

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Entenda a fusão entre BRFS3 e MRFG3

O acordo prevê que a BRF será incorporada pela Marfrig, tornando-se uma subsidiária. A Marfrig já detém 58,87% do capital da BRF, e com a fusão, consolida o controle total da companhia.

Segundo a proposta, a operação deve gerar sinergias estimadas em R$ 485 milhões por ano, com aumento de receitas e redução de custos. A BRF deixará de ter ações negociadas na bolsa.

A proposta, inicialmente bem recebida pelo mercado, enfrentou críticas quanto à relação de troca das ações. Segundo a Genial Investimentos, os acionistas da BRFS3 podem estar arcando com um deságio estimado em 15%. A casa de análise também apontou a ausência de prêmio de controle, normalmente esperado em operações desse porte.

O processo de fusão entre a BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3) está ocorrendo em meio a uma longa novela. As assembleias sobre a fusão haviam sido adiadas duas vezes pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que solicitou informações adicionais sobre a metodologia usada na troca de ações. Isso porque parte dos acionistas alegou que os dados apresentados estavam incompletos.

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Giovanna Oliveira

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