Seria ‘inapropriado’ Bolsonaro ligar neste momento para Trump, diz porta-voz

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou na última segunda-feira (2) que o presidente Jair Bolsonaro vai ligar para mandatário dos Estados Unidos quando todas as medidas anunciadas pelo norte-americano forem esclarecidas.

Na segunda, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que irá retomar as tarifas sobre aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina. Isso porque os dois países tem desvalorizado suas moedas, segundo o presidente norte-americano. Após a declaração de Trump, Bolsonaro informou que era possível uma ligação ao norte-americano para conversar sobre as taxas.

No entanto, “seria intempestivo, da parte do presidente, ainda sem conhecer todos os dados, efetivar uma ligação, que claramente seria completada, em tempo inapropriado em face do desconhecimento profundo do tema”, disse o porta-voz em coletiva de imprensa.

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Rêgo Barros informou que o mandatário da República está em conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre as medidas anunciadas pelo norte-americano. O porta-voz ressaltou que Bolsonaro permanece tendo “canal aberto” com Trump.

“É claro que o presidente Bolsonaro entende isso como uma medida unilateral do governo dos EUA, mas ele tem a afinidade e a capacidade de estabelecer o diálogo direto com o próprio presidente Trump. No momento, não é esta a decisão do nosso presidente. Ele está, por meio do Ministério da Economia, fazendo com que as nossas ideias, as nossas posições sejam aclaradas e sejam discutidas entre os dois países”, afirmou.

Tarifas sobre aço e alumínio

O presidente Trump anunciou, em março de 2018, que iria impor uma tarifa a mais de 25% sobre importações de aço e de 10% sobre as de alumínio de vários países, incluindo o Brasil, que é o país que mais exporta aço para os Estados Unidos.

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Na época, o mandatário norte-americano disse que as indústrias de aço e alumínio dos EUA foram arruinadas por vários anos de comércio injusto e políticas ruins de países ao redor do mundo. “Nós não podemos mais deixar que tirem proveito do nosso país, empresas e trabalhadores”, escreveu Trump, há cerca de 1 ano e 9 meses.

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A decisão tomada causou uma grande polêmica com os países envolvidos, incluindo o próprio Estados Unidos. Entretanto, Trump continuou afirmando que era uma boa ideia. “Sem aço, não há país”, disse o presidente dos EUA. Pouco mais de cinco meses após a decisão de impor sobretarifas, Trump disse que iria flexibilizar esta política e autorizou a entrada de aço e alumínio no país em quantidade que passava das cotas livres de taxas.

Porém, nesta segunda o presidente informou que irá retomar essas taxas, causando, mais uma vez, polêmicas a cerca do assunto.

Poliana Santos

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