Bolsas asiáticas fecham sem direção única com temores sobre China; Europa cai após balanços

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira (01), um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) indicar que não pretende cortar juros em breve e também em meio a temores persistentes sobre a perspectiva da economia chinesa.

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Esse cenário pode influenciar nas negociações do Ibovespa hoje. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,28%, aos 127.752,28 pontos.

Hoje, na China continental, o índice Xangai Composto teve baixa de 0,64%, a 2.770,74 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,46%, a 1.537,75 pontos, após novos dados de atividade manufatureira não aliviarem preocupações sobre a segunda maior economia do mundo.

O PMI industrial chinês medido pela S&P Global/Caixin ficou inalterado em 50,8 no mês passado, com a leitura acima de 50 sugerindo modesta expansão na manufatura pelo terceiro mês consecutivo. O dado diverge do PMI oficial da indústria chinesa, que subiu levemente a 49,2 em janeiro, mas apontou contração no setor pelo quarto mês seguido.

Em comentários sobre os PMIs oficiais da China, o Commerzbank disse ontem que Pequim provavelmente terá de adotar mais medidas de estímulos agressivas para impulsionar a economia do gigante asiático.

O japonês Nikkei também mostrou desempenho negativo hoje, com queda de 0,76% em Tóquio, a 36.011,46 pontos, mas houve ganhos em outras partes da Ásia: o sul-coreano Kospi avançou 1,82% em Seul, a 2.542,46 pontos, o Hang Seng subiu 0,52% em Hong Kong, a 15.566,21 pontos, e o Taiex registrou alta de 0,44% em Taiwan, a 17.968,11 pontos.

Ontem, o Fed deixou seus juros inalterados pela quarta vez consecutiva, como era amplamente esperado, mas também sinalizou que não deverá cortá-los em março, adiando o esperado relaxamento na política monetária dos EUA e derrubando as bolsas de Nova York.

Na Oceania, a bolsa australiana sentiu o peso do Fed cauteloso e ficou no vermelho nesta quinta, depois de atingir máxima histórica no pregão anterior. O S&P/ASX 200 caiu 1,20% em Sydney, a 7.588,20 pontos.

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Europa cai após balanços

As bolsas europeias têm queda majoritária na manhã desta quinta-feira, enquanto investidores avaliam uma série de balanços corporativos, assim como dados de inflação e atividade manufatureira da zona do euro, e também um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizar que não está com pressa de cortar juros. Logo mais, o foco vai se voltar para a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).

Confira o desempenho dos índices por volta das 08h:

Londres (FTSE100): -0,02% a 7.664 pontos
Frankfurt (DAX): -0,15% a 16.878 pontos
Paris (CAC 40): -0,82% a 7.593 pontos
Madrid (Ibex 35): +0,21% a 10.098
Europa (Stoxx 50): -0,29% a 4.635 pontos

Gigantes bancários europeus e a petroleira anglo-holandesa Shell divulgaram balanços nas últimas horas.

O francês BNP Paribas, maior banco da zona do euro em capitalização de mercado, frustrou em lucro e receita no quarto trimestre de 2023. Nesta manhã, sua ação tombava 8,2% em Paris. O mesmo ocorreu com o ING, com o papel do banco holandês sofrendo queda próxima de 9% em Amsterdã. Já o Deutsche Bank teve lucro menor, mas elevou dividendo e anunciou recompra de ações, e seu papel saltava 4,3% em Frankfurt. O balanço da Shell também agradou. Em Londres a ação da petroleira avançava quase 3%.

No noticiário macroeconômico, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou levemente em janeiro, a 2,8%, mas ficou levemente acima do esperado, em um momento de incertezas sobre quando o Banco Central Europeu (BCE) poderá começar a reduzir juros. A taxa de desemprego do bloco, por sua vez, permaneceu na mínima histórica de 6,4% em dezembro. Já o PMI industrial da zona do euro de janeiro subiu para 46,6, confirmando estimativa preliminar, mas continuou abaixo da barreira de 50 que indica contração da manufatura.

O comportamento misto dos negócios na Europa também vem um dia após o Fed manter juros, mas indicar que não deverá cortá-los em março, adiando o esperado relaxamento na política monetária dos EUA e derrubando as bolsas de Nova York.

*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano Silva

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