Bolsas asiáticas fecham em baixa com incerteza na China; Europa recua com dados e eleição

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda nesta segunda-feira (02), com os negócios chineses sob particular pressão, após dados apontarem perspectivas incertas para a segunda maior economia do planeta.

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No final de semana, a leitura do governo para o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês trouxe recuo mais firme que o esperado em agosto, em território de contração. A pesquisa da S&P Global e da Caixin, por outro lado, mostrou inesperado avanço a 50,4.

Seja como for, o Commerzbank avalia que os indicadores pintam um quadro preocupante para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático nos próximos meses. “Parece cada vez mais desafiador que o crescimento deste ano atinja a meta oficial de 5%”, afirma.

Neste ambiente, o índice Xangai Composto encerrou a sessão em baixa de 1,10%, a 2.811,04 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto perdeu 1,91%, a 1.514,70 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 1,65%, a 17.691,97 pontos. As ações do mercado imobiliário estiveram entre os destaques negativos, com China Vanke em baixa de 5,84%, após a incorporadora informar que amargou prejuízo no primeiro semestre do ano. Já New World Development despencou 12,99%, após a companhia projetar perdas para o ano fiscal.

Em Taiwan, o índice Taiex baixou 0,15%, a 22.235,10 pontos. Na contramão, o Kospi, de Seul, subiu 0,25%, a 2.681,00 pontos. Já o Nikkei, de Tóquio, avançou 0,14%, a 38.700,87 pontos.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 ganhou 0,22%, a 8.109,90 pontos, com apoio de papéis do setor bancário. REA Group caiu 5,28%, após o site de listagem imobiliária informar que estuda possível compra da rival britânica Rightmove.

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Europa cai de olho em dados e eleição

As bolsas da Europa começaram a semana no vermelho hoje, após o bom desempenho da extrema-direita em eleições regionais da Alemanha impor mais pressão sobre o governo do chanceler Olaf Scholz. Investidores também digerem uma bateria de dados da indústria na região, enquanto aguardam um desfecho para as turbulências políticas na França.

Por volta das 06h50 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,27%, a 523,60 pontos.

Sem a referência dos mercados americanos, fechados por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, a sessão tende a ter um volume de negócios mais reduzido que o normal.

Ainda assim, os operadores receberam informações que ajudam a fornecer um direcionamento aos negócios europeus. Ontem, o Alternativa para Alemanha (AfD, na sigla em inglês) se tornou o primeiro partido de extrema-direita a vencer uma eleição estadual após a Segunda Guerra Mundial, na Turíngia. Na vizinha Saxônia, a legenda terminou em segundo lugar, mas não muito distante da vencedora União Democrata-Cristã (CDU).

Na visão do Deutsche Bank, os resultados aceleram a abertura da campanha para as eleições federais do ano que vem, o que reduz o escopo para a aprovação de reformas econômicas. Mesmo assim, o banco considera improvável que o desempenho dos partidos da coalizão de Scholz leve a um colapso do governo nacional.

Na França, o presidente Emmanuel Macron também enfrenta dificuldades políticas desde as eleições que resultaram em um Parlamento dividido em julho. Na semana passada, Macron rejeitou o nome proposto pela aliança de esquerda para o posto de primeiro-ministro, embora a coalizão tenha obtido o maior número de assentos na Assembleia Nacional. A imprensa local especula que o presidente pode indicar o ex-premiê socialista Bernard Cazeneuve, com quem se reúne hoje.

Neste cenário, no horário citado acima, a Bolsa de Paris caía 0,32%, enquanto a de Frankfurt perdia 0,20%, a 18.869,36 pontos. O juro do Bund alemão de 10 anos avançava a 2,333% e o do OAT francês com igual vencimento aumentava a 3,056%.

Indicadores de atividade na região também ficaram no radar. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha caiu menos que a leitura prévia sugeria em agosto. Já o PMI da indústria na zona do euro se manteve estável. O mesmo dado no Reino Unido, por sua vez, subiu ao maior nível em 26 meses.

Tudo somado, o índice FTSE 100, de Londres, recuava 0,10%. O papel da Rightmove disparava 22,28%, depois que a rival australiana REA Group revelou que estuda uma oferta para a compra do site de listagem imobiliária.

Entre outras praças, Milão baixava 0,18% e Lisboa cedia 0,23%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1071 e a libra avançava a US$ 1,3140.

Com Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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