Os especialistas do mercado financeiro, consultados para elaboração do Boletim Focus, fizeram um novo corte nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) e também para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a nova previsão, divulgada nesta segunda-feira (8), o PIB deve ter uma contração de 6,48% neste ano. A inflação também deverá diminuir, de 1,55% para 1,53%.
Essa é a 17ª semana seguida que o Boletim Focus corta sua previsão para o PIB brasileiro. Na última semana, o relatório divulgado pelo Banco Central previa um tombo de 6,25% na economia.
O novo corte mostra que o cenário imprevisível em relação aos efeitos da pandemia de coronavírus na economia mundial e no Brasil permanece. Para 2021, a expectativa é de um crescimento de 3,50% no PIB, o mesmo número da última semana.
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No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. O mercado, no entanto, não estimava os impactos econômicos gerados pela pandemia.
Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2,25%.
Há pouco menos de um mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3% ao ano. Esse é o menor patamar da Selic na história. A autarquia, ainda, por meio de sua ata da reunião, sinalizou que poderá realizar mais um corte na taxa.
Inflação, segundo o Boletim Focus
A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi cortada novamente. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,53%. Na semana passada, a estimativa era de 1,55%.
Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,10%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,25%. O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo IBGE mensalmente.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,48%;
- IPCA: a projeção caiu de 1,55% para 1,53%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%;
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2,25%;
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,40;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 47,75 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 60 bilhões;
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -8%;
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -12,30%;
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%;
- IPCA: a projeção caiu para 3,10%;
- Taxa Selic: a estimativa subiu para 3,50%;
- Dólar: os analistas mantiveram a previsão em R$ 5,08;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 47,35 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão caiu para R$ 75 bilhões;
- Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -2,15%;
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit permaneceu em -6,20%;
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País com base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.
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