BCE eleva juros em 0,50 p.p., em primeiro aumento desde 2011
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar seus juros básicos em 50 pontos-base, no primeiro aumento desde 2011, em uma tentativa de conter a disparada da inflação na zona do euro, após concluir reunião de política monetária na manhã desta quinta-feira (21).
O BCE elevou sua taxa de refinanciamento de 0% para 0,50%, a de depósitos de -0,50% para 0%, e a de empréstimos de 0,25% a 0,75%. A maior parte dos analistas previa ajuste de 25 pontos-base, mas não descartava possibilidade de uma elevação mais agressiva.
Em junho, a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro atingiu o nível recorde de 8,6%, ainda impulsionada pelos efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia.
BCE aponta para novas elevações nos próximos encontros
No comunicado sobre a decisão de subir juros em 50 pontos-base, o Banco Central Europeu indicou que novos aumentos ocorrerão nas próximas reuniões, com objetivo de acelerar o retorno da inflação na zona do euro à meta de 2%.
A autoridade monetária havia sinalizado que aumentaria as taxas em 25 pontos-base neste encontro. No entanto, a instituição disse ter optado por uma elevação mais agressiva por conta dos riscos inflacionários e do estabelecimento do Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI, na sigla em inglês), para conter a divergência nos custos de empréstimos do bloco. Christine Lagarde, presidente do BCE, já havia prometido combater esse tipo de fragmentação.
Segundo o BCE, o ajuste mais contundente logo no início do ciclo de aperto permitirá que o banco central faça transição posterior a um modelo de decisão por cada reunião. “No contexto da normalização da sua política, o Conselho do BCE avaliará as opções para remunerar os excessos de liquidez”, diz.
Para Christine Lagarde as pressões de preços estão se espalhando por cada vez mais setores. “Prevemos que a inflação permaneça indesejavelmente alta por algum tempo”, diz em entrevista coletiva após o anúncio da autoridade monetária.
Com Estadão Conteúdo