BB Seguros planeja vender participação no IRB em oferta pública

O Banco do Brasil planeja  vender sua participação na resseguradora IRB, controlada pela BB Seguros. A informação é do jornal “Valor Econômico”.

Segundo fontes do jornal, o Banco do Brasil quer realizar uma oferta subsequente de ações (“follow-on”). O mesmo método de venda utilizado pela Caixa Econômica Federal em fevereiro para vender as ações da IRB detidas pelo fundo Fgeduc.

Entretanto, no caso do BB o processo será um pouco mais complexo. Isso porque as ações estão vinculadas ao acordo de acionistas. Na cotação atual, a fatia do BB no IRB vale R$ 4,21 bilhões. O Banco do Brasil detém 15,2% das ações da IRB, das quais 13,5% estão vinculadas ao acordo de acionistas.

Além disso, a venda da participação do BB no IRB precisa de autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Superintendência de Seguros Privados.

Segundo o “Valor”, BB Seguros quer se concentrar em seu negócio principal, ou seja a venda de seguros através do canal bancário. Por isso tem interesse em vender as ações do IRB. Entretanto, o Banco não tem pressa para realizar a venda, que poderia acontecer ente nove meses e um ano. Um período muito mais longo em comparação com o que aconteceu com a Fgeduc, que demorou apenas 56 dias para vender sua participação.

O bloco de controle do IRB é dividido entre:

  • BB Seguros Participações,
  • Bradesco Seguros
  • a União
  • Itaú Seguros
  • Fundo de Investimentos em Participações Barcelona, gerido pela Caixa.

O acordo de acionistas prevê uma preferência de compra em caso de venda das ações detidas pelo BB por parte de outros acionistas. Na ordem, esses acionistas são: a União, a FIP Barcelona, Itaú e Bradesco Seguros. Entretanto, pela política governamental atual, a União e a FIP Barcelona não exerceriam esse direito. Segundo o “Valor”, o Bradesco não está considerando uma compra direta da fatia detida pela BB Seguros neste momento.

Um dos problemas que tirariam apetibilidade das ações é o fato que o governo tem a golden share sobre a IRB. E por isso não seria interessante para investidores chegar a controlar cerca de 30% da empresa comprando as ações do Banco do Brasil.

O IRB registrou um lucro líquido de R$ 1,22 bilhão em 2018. Um aumento de 31,8% em relação ao ano anterior. Os prêmios emitidos subiram 20,4%, alcançando R$ 6,96 bilhões. Para este ano, a previsão é de crescimento de prêmios entre 17% e 24%.

Carlo Cauti

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