Banco do Brasil (BBAS3): XP e Goldman reiteram compra após mudanças
Após o Banco do Brasil (BBAS3) anunciar ontem a desativação de 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, a XP Investimentos (NASDAQ: XP) e o Goldman Sachs divulgaram suas expectativas para o papel. Em ambos os casos, os bancos veem a ação como positiva.
Tanto a XP quanto o Goldman Sachs reiteraram suas recomendações de compra e estipularam o preço-alvo em R$ 43. Às 10h40, as ações ordinárias do Banco do Brasil subiam 1%, negociadas a R$ 39,55.
“Acreditamos que quanto mais digital se torna a operação de varejo, mais defendidos os clientes estarão contra novos participantes e outros bancos incumbentes”, diz o analista Marcel Campos, da XP Investimentos.
Já o Goldman Sachs, em seu relatório escrito por Tito Labarta, Gustavo Schroden e Jonathan Uriel, vê a iniciativa como um conjunto de medidas positivo para o banco. “Demonstram o compromisso da administração em melhorar a eficiência para compensar as pressões sobre as receitas decorrentes da redução das taxas de juros e da concorrência”, afirmam.
A reestruturação organizacional do Banco do Brasil virá, segundo a corretora, de:
• Redução da estrutura física.
• Conversão de agências para modelos de menor custo.
• Relocalização compartilhada de escritórios para agrupar de forma mais eficiente os imóveis do banco.
O Banco do Brasil também realocará os seus funcionários, fazendo seus colaboradores gastarem menos tempo com operações de atendimento, por exemplo, para focar na prospecção de novos clientes e negócios.
A instituição transformará 145 unidades de negócio em lojas, sem guichês de caixa, focando apenas na assessoria e no relacionamento.
Além disso, o Banco do Brasil espera criar 28 novas unidades, 14 voltadas para agências especializadas em agro e 14 escritórios voltados ao desenvolvimento de uma maior maturidade digital.
“O redimensionamento deve gerar uma economia para o banco de R$ 353 milhões em 2021 e de aproximadamente R$ 500 milhões ao ano de 2022 e 2025”, afirma a corretora. Os números somam, ao total, 1,4% das despesas não decorrentes de juros e 2% do lucro a partir de 2022.
Programa de demissão voluntária do Banco do Brasil também é positivo, diz XP
O Banco do Brasil deve economizar cerca de R$ 600 milhões por ano com o seus dois novos programas de demissão voluntária, que devem reduzir o quadro de funcionários do banco em até cinco mil colaboradores. A economia deve representar cerca de 1,6% das despesas não decorrentes de juros.
“Esse anúncio é especialmente relevante dado que o banco é considerado pouco flexível em termos de redução de despesas com pessoal”, afirma o relatório.
Com os dois programas combinados, o Goldman Sachs vê o BB economizando R$ 809 milhões em 2021, 5% do lucro líquido total projetado.
A XP vê ainda o Banco do Brasil fortalecendo sua estratégia de omnichannel, atendendo clientes através de mais de um meio (digital e físico).