Após o fechamento de mercado da quinta (9), o Banco do Brasil (BBAS3) reportou seus números trimestrais, novamente superando as projeções do consenso Bloomberg e mostrando uma rentabilidade ainda robusta. Juntamente com isso, o banco anunciou novos proventos e logo em seguida comunicou uma elevação do payout.
Os números do banco vem em linha com o otimismo massivo do sell side – dado que de 14 analistas, 11 recomendam compra das ações do Banco do Brasil (conforme dados do site de RI da companhia).
A elevação do payout do Banco do Brasil já era relativamente aguardada, e executivos do banco haviam relatado já na teleconferência de resultados anterior que havia margem para um aumento na remuneração dos acionistas.
Especialistas da Genial Investimentos, em relatório sobre BBAS3, reiteraram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 64,90 e estimativa de um dividendo yield (DY) já acima de 10%.
“Com o valuation atraente de 0,97x P/VP 2023 e 4,3x P/L 2024, o banco continua a ser negociado um pouco abaixo de seu valor patrimonial (abaixo de 1x P/VP), apesar da rentabilidade (ROE) acima de seu custo de capital. Aplicando o novo payout de 45%, estimamos um dividend yield de 10,3%, um pouco melhor que os 9,2% com o payout antigo de 40%”, observa a casa.
O Safra, da mesma forma, reiterou seu otimismo com os papéis, também destacando uma projeção de um yield superior a 10%
“Considerando a estimativa de lucro líquido de R$ 38,5 bilhões no ponto médio do guidance, estimamos um rendimento de dividendos de 10,6%, acima da nossa estimativa anterior de 9,6%. Nos principais destaques, o Banco do Brasil entregou um lucro líquido de R$ 9,4 bilhões, crescimento de 7,5% ante o trimestre anterior e com um ROE de 22,5%”, diz a casa.
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Contraponto
O analista fundamentalista da Quantzed, Leonardo Piovesan, destaca que o resultado ficou “em linha com o esperado”.
“Eu achei que foi um resultado em linha com o esperado. Num primeiro momento, parece que foi um resultado forte por conta do lucro líquido ajustado, que veio alto, relativamente alto, na casa de R$ 9,4 bilhões, só que o lucro líquido contábil ficou na casa dos R$ 8,8 bilhões, que é um leve crescimento ano contra ano e trimestre contra trimestre”.
Destacando um ponto negativo, o especialista destaca o aumento no Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), citando um problema de um provisionamento extra que a empresa fez por conta de algum cliente ou algum conjunto de clientes de empresas no segmento de empresas.
“A gente teve um aumento bem alto do PDD de ano contra ano de mais de 50%. E na minha opinião, o mercado não estava esperando isso. E a empresa não abre que cliente ou que conjunto de clientes foram responsáveis por essa provisão, mas penso que pode estar relacionado com o setor agro, que a gente está vendo um cenário bem difícil, então talvez o banco possa passar dificuldade com inadimplência vindo desse setor”, destaca.
Proventos mais recentes do Banco do Brasil
O banco vai distribuir mais de R$ 2,38 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), conforme fato relevante divulgado nesta quinta (8).
Os dividendos do Banco do Brasil representam R$ 630,16 milhões desse valor total, o que corresponde a R$ 0,22081862607 por ação, ou R$ 0,22351909545 após atualização realizada até hoje (8), de acordo com a taxa Selic.
Já os JCP do Banco do Brasil responderão por R$ 1,751 bilhão do montante total a ser distribuído em proventos, o que corresponde a R$ 0,61363625622 por ação, ou R$ 0,62114063186 após a devida atualização citada anteriormente (até hoje, 8 de fevereiro).
Dividendos
- Valor: R$ 630.166.902,30
- Valor por ação: R$ 0,22081862607 (antes da atualização) e R$ 0,22351909545 (após atualização)
- Data de corte: 21 de fevereiro de 2024
- Data de pagamento: 29 de fevereiro de 2024
JCP
- Valor: R$ 1.751.180.439,76
- Valor por ação: R$ 0,61363625622 (antes da atualização) e R$ 0,62114063186 (após atualização)
- Data de corte: 21 de fevereiro de 2024
- Data de pagamento: 29 de fevereiro de 2024
Entenda aumento do payout do BBAS3
O conselho de administração do banco aprovou a proposta de elevação do payout (pagamento de proventos em relação ao lucro) de 40% para 45% no exercício de 2024 via juros sobre o capital próprio e/ou dividendos.
Segundo fato relevante divulgado na quinta-feira (8), o Banco do Brasil informou que remunerará os acionistas em oito fluxos, sendo quatro pagamentos realizados ao longo dos trimestres de referência, de forma antecipada, e outros quatro pagamentos complementares, efetivados após o encerramento dos trimestres de referência, conforme quadro abaixo:
Ainda de acordo com o Banco do Brasil, quando a distribuição for via JCP, o montante calculado com base no percentual de payout aprovado corresponde ao valor bruto, sobre o qual poderão incidir tributos, conforme legislação vigente.
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