Atlas Quantum adia saques de clientes e reclamações explodem

A Atlas Quantum estaria adiando os saques de Bitcoin seus clientes. Os consultores da empresa estariam informando os titulares de contas que os prazos de retirada de recursos foi ampliado de um para quatro dias.

Por causa desse adiamento o número de reclamações contra a Atlas Quantum registradas na internet aumentaram sensivelmente. O incremento dos saques iniciou após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autuar a empresa no dia 13 de agosto.

A CVM proibiu para a Atlas Quantum de ofertar títulos ou contratos de investimento coletivo. Se a empresa não se conformar a decisão do órgão, haverá a aplicação de uma multa diária de R$ 100.000.

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A partir dessa data as reclamações registradas nas redes sociais, grupos de Telegram e Whatsapp estão crescendo. Somente no site “ReclameAqui”, foram apresentadas 72 reclamações nos últimos oito dias. Um número que representa 20% do total acumulado nos últimos seis meses, período em que foram registradas 339 reclamações (441 contando as registradas na virada do mês).

Atlas Quantum culpa questões técnicas pontuais

Em nota, a Atlas Quantum informou que, por questões técnica pontuais, “os saques na plataforma da empresa tiveram — por período temporário — aumento no prazo para serem efetivados”. Segundo a corretora de Bitcoin, “todos os usuários cujos saques tiverem atraso além do D+1 (24 horas) terão os rendimentos dos dias de atraso creditados com um bônus de 25%.”

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A empresa salientou que vem “constantemente aprimorando seus sistemas e processos, com o que há de mais moderno em tecnologia digital, para atender seus clientes”.

Problemas com a CVM

A CVM decidiu proibir as atividades da Atlas Quantum na noite da última terça-feira (13). Em nota, o órgão de vigilância do mercado financeiro brasileiro citou as quatro empresas da Atlas e seu fundador, Rodrigo Marques.

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Segundo a CVM, a remuneração dos produtos oferecidos “estaria atrelada ao resultado dos esforços das empresas na negociação de criptomoedas por meio do algoritmo intitulado ‘Quantum”’.

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A CVM classificou como Contrato de Investimento Coletivo o produto oferecido pela Atlas Quantum. Segundo o órgão de vigilância, portanto, é necessária uma autorização para poder comercializá-lo. Caso a oferta seja mantida todos os sócios, responsáveis e administradores serão responsabilizados com a multa diária.

Série de sanções para a Atlas Quantum

Essa não é a primeira sanção que a Atlas Quantum sofre nos últimos meses. Em abril o Ministério Público tinha apresentado o pedido de uma multa de R$ 10 milhões contra a empresa como indenização por danos morais coletivos. Naquela ocasião, o MP estava investigando o vazamento de dados de milhares de clientes.

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Para a promotoria, “houve falta de cuidado e zelo da Atlas na proteção das informações pessoais dos cidadãos que confiaram na política de segurança da companhia”.

Além disso, segundo o MP existia uma suspeita da empresa operar no modelo de pirâmide financeira. No específico, haveria indícios de que o algorítimo utilizado pela empresa para fazer as operações de arbitragem com criptomoedas não exista.

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“Não se descarta a possibilidade de que as empresas, ao contrário do que afirmam, operem em um esquema de pirâmide financeira, nos moldes do investidor Bernard Madoff”, informou naquela ocasião o Ministério Público.

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A Atlas Quantum tinha respondido rejeitando as acusações de pirâmide financeira. A empresa salientou não prometer lucro “por se tratar de uma operação de renda variável“. Recentemente, a empresa enviou um e-mail para seus 31 mil clientes, salientando que seu time é composto por mais de 300 funcionários e tem mais de US$ 180 milhões (cerca de R$ 720 milhões) sob gestão.

Carlo Cauti

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