Ata do Fomc indica inflação elevada, apesar de riscos altistas terem diminuído

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avaliaram na reunião de política monetária de janeiro, que os riscos altistas para inflação diminuíram, segundo mostra a ata do Fomc, divulgada nesta quarta-feira (21). Porém, eles destacaram que a inflação continua acima da meta de 2% ao ano.

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Os participantes do encontro observaram que, embora os riscos para alcançar as metas de emprego e inflação estejam caminhando para um melhor equilíbrio, eles permanecem muito atentos, diz o documento. “Alguns” deles observaram que há riscos de esse progresso estagnar, principalmente se a demanda agregada crescer, ou se a melhora do lado da oferta desacelerar mais do que o esperado. “Vários” deles mencionaram como mais um risco altista para inflação e atividade a possibilidade de as condições financeiras ficarem “menos restritivas do que apropriado”.

Outras fontes de risco de alta para a inflação citadas incluem: perturbações nas cadeias de suprimentos por causa de eventos geopolíticos; uma recuperação no núcleo de preços de bens; e a possibilidade de o aumento nos salários continuar elevado.

Do lado baixista, tanto para a inflação como para a atividade, os participantes observaram os risco geopolíticos que possam desacelerar a demanda; possível disseminação do efeito de baixo crescimento em algumas economias estrangeiras; risco de as condições financeiras ficarem restritivas por tempo demais; e de os balanços das famílias contribuírem para uma desaceleração mais forte que o previsto do consumo.

“Poucos participantes mencionaram a possibilidade de a atividade econômica poder surpreender para o lado positivo e a inflação para o lado negativo, devido a uma evolução mais favorável do que o esperado do lado da oferta”, afirma a ata. Os participantes discorreram sobre as incertezas em torno do cenário econômico.

Atividade

Os dirigentes do Fed também observaram, na última reunião de política monetária, que recentes indicadores econômicos sugeriam uma expansão em ritmo sólido da atividade. Além da forte demanda, muitos dos participantes atribuem o crescimento a desdobramentos favoráveis do lado da oferta.

Segundo a ata, eles ponderaram que a força inesperada no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real no quarto trimestre refletia exportações líquidas e investimento em estoques maiores do que esperado – fatores que tendem a ser voláteis e dão poucos sinais sobre o crescimento futuro. “Ainda assim, o consumo continua crescendo em ritmo sólido”, afirma o texto.

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Mercado de trabalho

Os dirigentes do Federal Reserve avaliaram ainda que os dados disponíveis na reunião de 30 a 31 de janeiro indicaram que o crescimento do PIB real dos EUA foi sólido no quarto trimestre de 2023, mas abaixo do forte desempenho do terceiro trimestre.

Em relação ao mercado de trabalho, as condições continuaram restritivas, porém mostraram mais sinais de abrandamento.

A procura e a oferta de trabalho continuaram a se mover gradualmente com um melhor alinhamento, notaram os membros.

O ritmo médio mensal de ganhos de emprego na folha de pagamento não agrícola no quarto trimestre foi mais lento do que no terceiro trimestre, ponderaram os dirigentes. Mesmo assim, o ritmo segue forte.

Exterior

Os membros do BC norte-americano observaram que o crescimento econômico externo permaneceu moderado no quarto trimestre.

Nas economias estrangeiras avançadas, um aperto significativo da política monetária ao longo últimos dois anos, a erosão dos rendimentos reais das famílias devido às elevadas taxas de inflação e as repercussões do choque de energia do ano passado na Europa continuaram a pesar sobre a atividade econômica.

Na China, o recuo do setor imobiliário e a confiança deprimida do consumidor seguiu como fator de pressão.

Mercado reforça expectativa de corte de juros pelo Fed em junho

O mercado reforçou a expectativa de início do novo ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em junho, segundo ferramenta do CME Group, após a divulgação da ata da última decisão de política monetária do BC dos Estados Unidos.

A probabilidade estimada de corte de juro em junho subiu de 72,3% para 73,0%. Para maio, a chance de redução foi de 30,8% antes do documento para 32,8% às 16h40 (de Brasília). Enquanto isso, a probabilidade de manutenção foi de 69,2% para 67,2%.

As apostas indicam chance majoritária das taxas serem reduzidas em 100 pontos-base até o fim deste ano (31,6% de probabilidade), e a ferramenta não registrou oscilações expressivas após a divulgação da ata do Fomc.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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