Ata do Copom aponta para novo corte na Selic no mês que vem

A Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (5) pelo Banco Central, em Brasília, sinaliza um possível novo corte na taxa básica de juros (Selic) em dezembro. No último dia 30, o comitê diminuiu a taxa básica de 5,5% para 5% ao ano.

“O Copom debateu, então, a conveniência de oferecer alguma perspectiva sobre possíveis cenários para a política monetária. Decidiu comunicar sua avaliação de que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude, no grau de estímulo monetário”, informa a ata.

Segundo o comitê, o ritmo de crescimento da economia brasileira acontecerá gradualmente. “O comitê estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter apresentado crescimento no terceiro trimestre. Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração, que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e PIS-Pasep [Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público] – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019”, informou a ata.

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É importante frisar que o resultado do PIB do terceiro trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 3 de dezembro. Vale salientar que o PIB é uma importante medida da atividade econômica.

Copom e reformas

Na ata divulgada nesta terça-feira, o comitê salientou a importância da aprovação da reforma da Previdência. Entretanto, destacou ainda mais a “importância da continuidade do processo de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal”.

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“Ao reduzirem incertezas fundamentais sobre a economia brasileira, essas reformas tendem a trabalhar no mesmo sentido da política monetária e,
portanto, estimular o investimento privado. Esse potencial efeito expansionista deve contrabalançar impactos de ajustes fiscais correntes sobre a atividade econômica, além de mitigar [suavizar]os riscos de episódios de forte elevação de prêmios de risco [retorno adicional cobrado por investidores para aceitar correr maior grau de risco]”, afirma o comunicado do Copom.

Juliano Passaro

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