Grana na conta

Assaí (ASAI3): lucro líquido sobe 20,7% no 2T22, com maior controle de custos e alta nas vendas

O Assaí (ASAI3) juntou-se à lista de redes de supermercados que confirmaram nesta semana o aumento das vendas do setor de varejo no período, apesar da alta da inflação. A empresa apurou lucro líquido de R$ 319 milhões no segundo trimestre de 2022. O número representa alta de 20,7% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

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O resultado, de acordo com a empresa, foi em parte impulsionado por um maior volume de vendas e pelo recuo dos preços das commodities atrelados ao aumento de juros, promovido por bancos centrais ao redor do mundo para conter a alta inflação — cenário complexo que continua dando indícios de que uma recessão global pode estar se aproximando.

Os últimos meses, marcados por incertezas no mercado e apertos monetários, foram bem mais favoráveis do que prejudiciais para o Assaí: de acordo com a companhia, o a empresa conseguiu controlar os custos que sempre pesaram no seu desempenho, abrindo a janela para o aumento do lucro e das margens.

O lucro líquido de R$ 319 milhões, diz a empresa, possibilitou uma margem líquida de 2,4% sobre o resultado.

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Por outro lado, a receita líquida da companhia avançou 32,8% na base anual, para R$ 13,29 bilhões, o que refletiu a contribuição das vendas de lojas inauguradas em 2022, que tiveram um crescimento de 14,7% no período.

As despesas com vendas — tanto gerais quanto administrativas — resultaram em 9,0% da receita líquida, com redução de 0,6 ponto percentual em relação ao segundo trimestre do ano anterior.

Segundo a nota publicada pela empresa, esse controle de despesas alavancou o lucro operacional da companhia, que foi de R$ 978 milhões no segundo trimestre — alta de 30% em relação ao mesmo período de 2021— com uma margem de 7,4%.

O Assaí procura inaugurar ao menos 40 lojas entre agosto e dezembro, elevando o total de inaugurações no ano para 52. De acordo com a Reuters, o processo deve ser acelerado com as conversões das 70 lojas compradas em 2021 do Extra Hiper.

Assaí: abertura de lojas deve se intensificar

O Ebitda Ajustado, por sua vez, foi de R$ 978 milhões, avanço de 29,9%. A receita líquida do período foi de R$ 13,291 bilhões, crescimento 32,8%.

Os resultados são comparados com os números de um ano atrás, excluindo os R$ 62 milhões em créditos fiscais reconhecidos à época. Eram R$ 40 milhões na linha da Receita Líquida e R$ 22 milhões no resultado financeiro decorrente de atualização monetária.

A margem bruta da companhia caiu 0,7 ponto porcentual, para 16,1%. O presidente da companhia, Belmiro Gomes, afirma que essa queda se deve à participação das novas lojas no crescimento de vendas da empresa, que elevaram as vendas em 18,1%. Nos últimos 12 meses, a companhia abriu 33 novos estabelecimentos. Ele explica que as inaugurações demandam maior apelo promocional, o que afeta diretamente a margem bruta. As vendas em mesmas lojas (aquelas que já estavam abertas um ano antes) subiram 14,7%.

Para o segundo semestre, Gomes projeta que as aberturas devem se intensificar, já que começam os lançamentos de lojas compradas do Extra Hiper, já convertidas em Assaí. A primeira delas foi aberta ainda ontem na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal. Serão 40 unidades convertidas e 15 mil novos empregos ao longo de 2022. Além disso, haverá a abertura de mais 4 novas lojas fruto de expansão orgânica, ou seja, que não foram pontos comprados de outra rede. A companhia deve fechar 2022 com 52 novos estabelecimentos, sendo 12 orgânicos e de conversões do Extra Hiper.

Essa leva de lojas conta com serviços de açougue, cafeteria e fatiamento de frios, serviços que até pouco tempo não faziam parte do modelo de atacarejo e tendem a aumentar os custos operacionais dos estabelecimentos, o que poderia afetar o preço final ao consumidor e o modelo de negócios do atacarejo. Gomes, porém, defende que os números da companhia mostram que a inclusão de serviços nas lojas não tem afetado negativamente o balanço, mesmo já havendo 100 estabelecimentos na base com açougues.

De fato, neste segundo trimestre – em comparação com os resultados de um ano antes – as despesas com vendas, gerais e administrativas subiram menos do que a receita líquida: 25% contra 32,8%. No total, essas despesas representaram 9% da receita, ante 9,6% um ano antes. A margem operacional da companhia (margem Ebitda) foi de 7,4%, ante 7,5% registrada um ano antes.

Dívida decorrente de investimento alto

Ao final do trimestre, a alavancagem da companhia, representada pela relação dívida líquida sobre o Ebitda ajustado, atingiu 2,72 vezes. A empresa afirma que o montante está de acordo com o previsto e é decorrente do elevado nível de investimentos nos últimos 12 meses, principalmente, com as aberturas de novas lojas e conversões dos pontos adquiridos de Extra.

No trimestre, a dívida bruta totalizou R$ 11,2 bilhões, o que compreende as captações realizadas nos últimos 12 meses para arcar com os pontos comerciais de hipermercados adquiridos. O custo da dívida é de aproximadamente CDI+1,5% e prazo médio de cerca de 4 anos.

“A expectativa da companhia é de uma rápida desalavancagem em função do cronograma de aberturas, atingindo patamares inferiores a 2 vezes o Ebitda em 2023”, segundo o balanço divulgado pelo Assaí A lógica é que no segundo trimestre deste ano a companhia lidou com os custos da expansão inorgânica sem ter a receita das lojas. Com as aberturas, a expectativa é que isso se normalize.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Jorge C. Carrasco

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