As small caps estão com tudo em 2025: veja como “surfar” esse momento
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No mercado brasileiro um segmento em especial vem chamando atenção: as small caps. As empresas de menor capitalização acumulam alta expressiva em 2025, puxadas pela melhora na percepção de risco, fundamentos atrativos e expectativas de queda nos juros. O movimento beneficia diretamente os ETFs ligados ao índice de small caps da B3.

Segundo especialistas ouvidos pela Suno, a valorização recente está ligada a três fatores principais. O primeiro é a revisão das projeções para a economia doméstica: após um início de ano cercado de incertezas, as expectativas negativas não se confirmaram.
O segundo é o valor relativo: várias dessas ações ficaram desvalorizadas nos últimos anos e hoje apresentam fundamentos sólidos a preços atrativos. O terceiro é o ciclo de juros, já que a expectativa de cortes na Selic reduz o custo de capital e impulsiona empresas mais sensíveis ao crédito e ao consumo interno.
Danilo Moreno, especialista de ETFs da Investo, afirma que o ambiente se tornou especialmente favorável para os ETFs de small caps. “A queda nos juros tende a facilitar o acesso a crédito e estimular o consumo, o que beneficia essas empresas. Para o investidor, os ETFs oferecem diversificação instantânea e baixo custo para capturar esse movimento”, disse.
Flávio Vegas, da Global X ETFs, destaca que a metodologia dos índices ajuda a mitigar riscos: “Com os ETFs, o investidor estará exposto às empresas vencedoras do ciclo. As que performarem abaixo do mercado perdem relevância no índice, enquanto as vencedoras ganham peso”, explicou.
Já Valdívio Neto, portfólio manager da Itaú Asset, ressalta que o desempenho acima do esperado reforça a importância da diversificação. “Em 2025, o índice de small caps acumula alta de 21,09%, enquanto o ETF SMAC11 avança 21,50%. Esse ganho adicional também vem do aluguel de ações. O cenário mostra como o mercado, às vezes, precifica cenários pessimistas em excesso e abre oportunidades”, afirmou.
ETFs como porta de entrada das Small Caps
Para os especialistas, os ETFs são a forma mais prática de capturar esse movimento sem se expor ao risco individual de cada ação. Além da diversificação, os fundos listados permitem acesso a empresas vencedoras do ciclo, com liquidez diária e custos reduzidos.
Flávio Vegas, da Global X ETFs, lembra que uma das formas mais conhecidas de investir em small caps americanas é via índice Russell 2000, composto por 2.000 empresas de pequena capitalização. Na B3, a gestora disponibiliza o RSSL39, que replica o desempenho do índice.
“Quando o investidor já tiver sua carteira “core” pronta, a partir dessa base sólida o investidor deve considerar ativos satélites, como small caps nos EUA ou ETFs setorias ou temáticos”, diz Valdívio Neto, portfólio manager da Itaú Asset.
Nesse contexto, ETFs como o SCVB11 oferecem exposição diversificada ao segmento de Small Caps brasileiro, com baixo custo e sem a necessidade de rebalanceamento frequente, pontua a Moreno. “Já no exterior, produtos como o SVAL11 permitem investir em small caps americanas “baratas” em relação aos fundamentos, uma estratégia historicamente associada a retornos acima da média”, avalia o especialista.