Na Argentina, Ministro ameaça proibir exportações de combustíveis por conta de escassez

No último domingo, o ministro da Economia da Argentina e atual candidato à presidência, Sergio Massa, anunciou uma medida drástica para tentar arrefecer a crise de escassez de combustível no país.

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Segundo Massa, os produtores de petróleo da Argentina serão impedidos de exportar seus produtos, a menos que aumentem o fornecimento de combustível para resolver a situação de escassez.

“Se o fornecimento de combustível não for resolvido até a meia-noite de terça-feira, as empresas não poderão enviar navios de exportação a partir de quarta-feira”, declarou Massa.

Ele ressaltou a importância de garantir que o petróleo produzido no país seja prioritariamente utilizado para atender às necessidades internas.

Massa também apontou que algumas empresas do setor petrolífero estavam retendo o fornecimento de combustível, especulando que o governo poderia desvalorizar a taxa de câmbio oficial após as eleições presidenciais.

Além disso, houve especulações em relação ao término de acordos de congelamento de preços, levando algumas empresas a segurar a distribuição de combustível.

O ministro e candidato destacou que o setor petrolífero argentino tem batido recordes de produção, mas a escassez persiste devido a essas especulações e segura das distribuições.

Massa também enfatizou a necessidade de que as petrolíferas priorizem o mercado interno, vendendo a preços acessíveis, apesar das diferenças em relação aos preços internacionais.

O ministro anunciou ainda um aumento na mistura de biocombustíveis, independentemente da concordância das petrolíferas, afirmando que essa medida é crucial para o abastecimento dos mercados e para cumprir as metas ambientais do país.

Essas declarações ocorrem em meio a uma crise de escassez de combustível que resultou em longas filas nos postos de gasolina e no fechamento de postos em toda a Argentina.

No entanto, os produtores de petróleo e gás do país emitiram um comunicado conjunto no sábado, afirmando que a escassez de combustível deve “normalizar” nos próximos dias.

O governo argentino também anunciou planos para importar combustível e aumentar a capacidade de refino para abordar a escassez.

A Argentina, embora produza a maior parte de seu combustível internamente, ainda é um importador líquido de gás natural.

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Na Argentina, segundo turno

A eleição presidencial na Argentina vai para o segundo turno entre o peronista e atual ministro da Economia, Sérgio Massa (Unión por la Patria), e o candidato de extrema direita Javier Milei (La Libertad Avanza).

Sérgio Massa fez 36,68% dos votos (9,6 milhões) e Javier Milei, 29,98% (7,8 milhões). O segundo turno das eleições na Argentina está marcado para 19 de novembro.

Além dos dois finalistas, havia três candidatos na disputa pela presidência da Argentina. Patricia Bullich (Juntos por el Cambio), candidata da direita tradicional, ficou com 23,83% da preferência do eleitor. O peronista do estado de Córdoba, Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País), terminou a eleição na Argentina com 6,78% e Myram Bregman (Frente de Izquierda), candidata trotskista de esquerda, com 2,70%.

Apenas 2% dos eleitores votaram em branco e menos de 1% anulou o voto para presidente da Argentina. Ao todo, 35,8 milhões de eleitores estavam aptos para escolher o novo presidente da Argentina.

A taxa de comparecimento foi de 74%, de acordo com a Cámara Nacional Electoral, o menor patamar desde a redemocratização da Argentina, há 40 anos, segundo o jornal Clarín. O recorde negativo anterior havia sido de 76,2% na eleição de 2007, quando Cristina Kirchner venceu pela primeira vez as eleições.

O resultado das eleições surpreendeu, já que a maioria das pesquisas eram lideradas por Javier Milei, que em agosto havia vencido a votação das primárias – votação em que as coligações políticas escolhem seus candidatos – e tinha chances de vencer já no primeiro turno.

Na província de Buenos Aires – decisiva em qualquer eleição por concentrar boa parte da população da Argentina, o candidato de extrema direita teve 42,8% dos votos 25,7% de Massa. Ele também teve vantagens importantes no interior, em províncias como Chaco, Santiago del Estero, Santa Cruz e Formosa.

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Eduardo Vargas

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