Proposta de R$ 7 bi da Americanas (AMER3) é vista como “péssima e frustrante” pelos bancos

Em uma reunião tensa, a Americanas (AMER3) conseguiu irritar mais uma vez os bancos credores. A varejista sugeriu uma capitalização de R$ 7 bilhões, vista como algo “péssimo e frustrante” pelas instituições financeiras.

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Segundo a apuração do jornal Valor Econômico, a nova proposta da Americanas para os bancos consiste na capitalização bilionária feita pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Além disso, débitos de cerca de R$ 18 bilhões teriam de ser convertidos em ações e dívidas subordinadas — quando os pagamentos vão para o final da fila de um eventual processo de insolvência.

Com mais de R$ 40 bilhões em dívidas, o processo de recuperação judicial da Americanas é um dos maiores da história nacional. A conversão da dívida de R$ 18 bilhões englobaria grande parte do que a varejista precisa pagar aos bancos.

Segundo o Valor, as instituições financeiras esperam um aporte de R$ 15 bilhões dos acionistas de referência. Como a proposta está bem longe desse referencial, os representantes dos bancos saíram frustrados do encontro e consideraram a ideia como algo “muito ruim”.

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Uma das fontes do Valor disse que a sensação dos agentes econômicos é a de que não há um esforço da Americanas para se chegar a uma proposta aceitável. Outro interlocutor argumentou que a empresa caminha a passos largos para a falência.

Após a publicação da reportagem do Valor, a Americanas divulgou um fato relevante no qual confirmou a proposta apresentada aos bancos e detalhou a iniciativa:

  • aumento de capital em dinheiro em R$ 7 bilhões (considerando o financiamento DIP);
  • recompra de dívida em R$ 12 bilhões;
  • conversão de débitos de cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinaria;

Em 13 de janeiro, a empresa havia apresentado uma proposta de R$ 6 bilhões mais a conversão das dívidas. Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência.

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Americanas define substituto de Sergio Rial

No olho do furacão, a Americanas trocou novamente de comando. O executivo Leonardo Coelho Pereira foi eleito como o novo diretor-presidente da varejista e já assumiu o cargo na quarta (15). O substituto de Sergio Rial acumula no currículo experiências em reestruturações empresariais.

Em comunicado publicado pela companhia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a varejista descreveu o novo líder como um executivo “com sólidas e bem-sucedidas experiências em empresas do setor de varejo, assim assim como em ambiente de consultoria de reestruturação, tendo exercido posições de liderança em empresas dominantes em seus segmentos”.

Desde janeiro, quando Sergio Rial descobriu o rombo bilionário na Americanas e deixou o comando da varejista às pressas, o posto de liderança era ocupado interinamente por João Guerra. Com a chegada de Pereira, Guerra volta a se dedicar exclusivamente ao cargo de Diretor de Recursos Humanos.

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Erick Matheus Nery

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