Sem solução concreta nas mãos, Americanas (AMER3) deve apresentar nova proposta aos bancos

Ainda sem uma solução concreta de como conseguirá quitar as dívidas de mais de R$ 47 bilhões e manter sua atividade comercial, a Americanas (AMER3) deve apresentar uma nova proposta aos bancos credores até a próxima semana. Segundo informações divulgadas nesta quarta (8), os investidores não se empolgaram com a ideia de um empréstimo DIP.

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De acordo com informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira estão sendo pressionados para injetarem pelo menos R$ 15 bilhões.

Contudo, a ideia atualmente na mesa é de que o trio faria um empréstimo DIP de R$ 1 bilhão. “Ainda não há nada de concreto e não há solução sem capitalização grande”, alertou uma fonte.

Nos bastidores, os credores vivem um clima de expectativa e de descrença com essa nova proposta. Segundo o Valor, a mensagem é que “não adianta oferecer um DIP” sendo que isso não será uma solução para a empresa.

Nos últimos dias, a expectativa de que os acionistas de referência conduziriam as negociações animou os credores. Contudo, essa responsabilidade segue principalmente nas mãos de Luiz Muniz, sócio do banco Rothschild&Co, contratado com esse objetivo.

Sicupira também fez um primeiro contato com os credores, mas não houve a apresentação de uma proposta de solução concreta. Além disso, outra frente de negociação foi aberta por meio da consultoria Alvarez & Marsal junto com Camille Faria, nova CFO da Americanas.

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Americanas: Racha nos acionistas de referência

Enquanto o processo de recuperação judicial da Americanas segue em andamento, a crise atingiu em cheio a relação de Lemann, Telles e Sicupira.

Segundo o Valor, Telles passou a dizer aos sócios que é contra seguir investindo na Americanas pois a empresa apresenta “resultados medíocres” para os seus padrões. Há alguns anos, o executivo defende que o trio deveria vender sua parte do negócio e, com a crise, ele passou a apontar Sicupira como o culpado desse caos.

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No trio dos acionistas de referência, Sicupira ficou encarregado da Americanas enquanto Telles foi o responsável pela fusão da Brahma e da Antarctica, que deu origem à Ambev. Com a cobrança dos bancos, Sicupira começou a falar diretamente com os credores.

Lemann se arrepende de não ter conseguido vender a Americanas e não mostrava entusiasmo pelo negócio, que julgava ser mal gerido. A empresa chegou a ser oferecida para Abilio Diniz, mas o ex-líder do Pão de Açúcar (PCAR3) não quis.

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Erick Matheus Nery

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