Americanas (AMER3) comunica shoppings que não pagará aluguéis atrasados; dívida supera R$ 11 milhões

Em um novo capítulo do processo de recuperação judicial, a Americanas (AMER3) começou a informar aos shoppings que não pagará os aluguéis atrasados até 19 de janeiro. Como foi divulgado nesta sexta (10), esses débitos estão avaliados em cerca de R$ 11,6 milhões.

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O dia 19 de janeiro é o marco do processo de recuperação judicial da Americanas: foi a data na qual o pedido foi deferido pela Justiça. De acordo com a apuração do Estadão/Broadcast, a cifra milionária corresponde a cerca de 90 credores presentes na lista de credores da varejista.

Os valores da lista de credores da Americanas não estão discriminados pelo tipo de despesas, mas, provavelmente, se referem a aluguéis e condomínios. O comunicado desta semana sobre o não pagamento dos valores em aberto é assinado pelo coordenador jurídico da Americanas, Bernardo Mesquita Costa. O informe destaca que o eventual pagamento do aluguel até o dia 19 de janeiro “implicaria em prática de favorecimento de credor”.

O comunicado ressalta ainda que os créditos anteriores ao pedido de recuperação estão com sua exigibilidade suspensa. Já os pagamentos cuja competência compreende o período de 20 a 31 de janeiro de 2023 serão realizados ao longo deste mês.

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Na lista de credores entregue à Justiça, os dez maiores shoppings credores concentram quase 80% das pendências da Americanas com o setor. A maior dívida da varejista, de R$ 2,6 milhões, é com o Shopping Pantanal, de Cuiabá (MT), do grupo Ancar.

Na sequência vem o shopping Esplanada de Sorocaba (SP), da Iguatemi, cuja pendência da Americanas é de R$ 1,6 milhão. Se for somada a essa cifra, a pendência de R$ 741 mil com o Shopping Iguatemi de São Paulo, a dívida da Americanas com o grupo soma R$ 2,364 milhões.

Em terceiro lugar no ranking de credores dos shopping está o Grupo AD, com R$ 2,103 milhões a haver, referente aos shoppings Penha (R$ 1,170 milhão), ABC (R$ 660 mil) e Praça da Moça em Diadema, São Paulo (R$ 273 mil). Procurada, a Americanas não retornou à reportagem do Estadão.

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Americanas: Recuperação judicial

Nesta semana, o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai, afirmou que o rombo da Americanas serve de alerta para que a indústria de shoppings busque constantemente diversificar o mix de lojistas para diluir os riscos. “O caso serve de alerta. O setor não pode ficar refém de uma pequena base de varejistas”, disse, durante entrevista coletiva.

O presidente da Abrasce acrescentou que está monitorando o caso da Americanas e o impacto potencial sobre o setor. Segundo ele, a varejista ocupa um espaço importante nos shoppings. No entanto, não se trata de uma situação generalizada de calote. Ao todo, o Brasil tem 628 shoppings.

Na noite de sexta (9), a Americanas informou ao mercado que a Justiça autorizou a contratação de um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões. Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira aportarão emergencialmente R$ 1 bilhão.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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