Ambev (ABEV3): o que esperar após a Copa do Mundo e as festas de fim de ano?

Neste ano, a Copa do Mundo, que normalmente acontece em junho e julho, começou em novembro e termina dia 18 de dezembro, a uma semana do Natal e duas do Réveillon. Com o torneio no Catar, a demanda por bebidas aumentou ainda mais. Para a Ambev (ABEV3), qual seria o impacto desse cenário nos seus números operacionais? Veja o que se pode esperar.

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Ambev em 2023: O que esperar?

“Para 2023, a gente deve ter uma maior regularidade na recuperação de todas as unidades da Ambev e espaço para ser um pouco mais otimista”, ressalta o especialista. Mas a operação da Ambev no Brasil, que representa mais de 40%, pode ser ainda mais expressiva.

A XP aguarda a retomada de consumo em bares e restaurantes, melhora do mix de embalagem para o maior para uso de embalagem retornável, menor pressão de custos do lado das commodities e um câmbio que está se demonstrando menor do que o de 2022.

“Deveria ser um processo de descompressão de margens e captura de valor, seja por portfólio ou por mix de embalagem, até para ocasiões de consumo. É um ambiente muito propício à abertura de margens da Ambev,” destaca.

Além disso, o especialista está vendo outros players do setor de bebidas mais fragilizados do que a Ambev, como o Grupo Petrópolis.

O desempenho da Ambev no Brasil no 1T23 deve ser positivo em vendas, com Carnaval de 2023 puxando o consumo.

Por fim, no ano fechado, o especialista espera que 2023 tenha margens melhores do que 2022 no geral, parte por um custo menor e outra por uma captura de valor via portfólio de outras estratégias maiores.

Outros pontos que podem impactar o resultado da companhia no futuro são o foco na BEEs, a plataforma B2B (Business to Business), e o aplicativo de entregas da Ambev, o Zé Delivery

4T22 da Ambev: o que vem por aí?

Certamente a dobradinha Copa-fim de ano vai reforçar o desempenho da Ambev – e em boa hora. Em outubro, os volumes de produção de bebidas alcoólicas vieram um pouco abaixo das estimativas da XP Investimentos, em 7,9%.

Os números consolidados da Ambev ainda não saíram. Mas os analistas Leonardo Alencar e Pedro Foneca, da XP, projetaram volumes de Cerveja Brasil da AmBev abaixo do que estimavam para o 4T22, embora se “mantenham confiantes principalmente devido à recuperação do canal on-trade e consumo de fora de casa impulsionados pela Copa do Mundo”.

Leonardo Alencar explicou, em entrevista ao Suno Notícias, que, além da Copa do Mundo, há estimativas favoráveis para vendas de bebidas alcoólicas, como cerveja, no Brasil, também em função do auxílio governamental, aliado ao pagamento do 13º salário, que vão movimentar a economia e o segmento de bebidas. O verão no Brasil também sustenta esse aumento da demanda.

“O quarto trimestre já é naturalmente positivo”, comenta o especialista.

A XP Investimentos tem recomendação de “compra” para as ações da Ambev, com o preço-alvo de R$ 18,10, que representa um potencial de alta de 21% sobre o fechamento de quinta-feira (15) em R$ 15.

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Embora o Brasil boa parte da América do Sul tenham tendências sazonais parecidas, o analista pondera que em outros países onde a Ambev atua têm deixado a desejar.

Há perspectivas mais conservadoras para as operações internacionais em mercados como o do Canadá. Alencar vê um quarto trimestre mais fraco nesse país, por causa do inverno no hemisfério norte. “O quadro melhora no segundo trimestre, com a primavera, que puxa um pouco mais o consumo”, pontua.

A visão para a vizinha Argentina também é mais delicada: mesmo com os efeitos sazonais e Copa do Mundo, o país está passando por um momento econômico frágil, de alta inflação, pressionando o poder aquisitivo da população.

A América Central também surpreendeu negativamente no terceiro trimestre da Ambev, diz Alencar, com um CAC (custo de aquisição de clientes) pior do que o esperado. Ainda há desafios nas restrições logísticas e pressões de custos de commodities.

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Ana Clara Macedo

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