Grana na conta

Conheça o setor que é um gigante na economia e deve crescer ainda mais

As previsões para a economia brasileira não são animadoras para este ano. As estimativas giram em torno de uma alta de 1% em 2023 para o Produto Interno Bruto (PIB), contra um crescimento de cerca de 3% registrado em 2022. Contudo, um setor pode ir na contramão desta desaceleração e registrar um crescimento de dois dígitos. 

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Este segmento é o agronegócio

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o PIB do agro avance 2,5% neste ano. Já o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) prevê uma alta de 8%, enquanto o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta aumento de 11,6% para a agropecuária. E analistas do Itaú, um acréscimo de 10,1%. 

Por isso, se você deseja conhecer mais a respeito dos investimentos atrelados ao agronegócio, precisa acompanhar a Semana de Agro do Suno Notícias, realizada com o apoio da Suno Asset, AZ Quest e da Fator ORE, gestora do fiagro Ourinvest Innovation Fiagro Imobiliário Unica (OIAG11).

Você também pode conferir tudo que vai rolar por aqui neste link.

Por que 2023 será o ‘ano do agro’?

A combinação de um começo de ano positivo da colheita, com recordes de produção da soja e do milho, e mais chuvas na maior parte do Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, tem ajudado na lavouras e impactado positivamente nas perspectivas: 

  • Levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o volume da produção para a safra 2022/2023 deve subir 13,8% em comparação à colheita anterior.
  • De acordo com os dados do IBGE, a produção de grãos deve chegar na casa dos 302 milhões de toneladas, recorde para o setor.
  • A CNA estima que a safra de grãos 2022/2023 será 15,5% maior do que a safra 2021/2022, chegando a 313 milhões de toneladas. 
  • As perspectivas do Ministério da Agricultura para o VBP (Valor Bruto da Produção) são de que a safra de grãos também atingirá 310 milhões de toneladas, cujo impacto para a economia será positivo em R$ 1,25 trilhão.

Essa maior disponibilidade dos grãos, principalmente da soja, somada aos preços mais favoráveis para a negociação, devem beneficiar o setor agrícola neste ano.

No ano passado, a guerra da Ucrânia provocou uma forte alta no preço das commodities agrícolas, Segundo divulgação feita por Andréia Adami, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, em março de 2022, o Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) chegou a subir 59% acima da média de 2014 a 2016, e 72% superior ao de abril de 2020. 

 “A soja deve ser o destaque, projetando esse crescimento e sendo um dos principais propulsores”, aponta Natália Cotarelli, economista do Itaú BBA, ao citar a supersafra da soja ao Suno Notícias.

Conforme o Cepea, a saca de 60 quilos de soja no porto de Paranaguá, por exemplo, chegou a custar US$ 41,28 em março de 2022. Atualmente está em US$ 30,17. 

Em relação às exportações, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais estima um recorde de 93,7 milhões de toneladas, alta ante 78,7 milhões registrados em 2022.

“A exportação da soja em grão cresce por uma maior demanda da China e demais países asiáticos pelo grão”, afirmou o economista-chefe da associação, Daniel Amaral, em nota enviada à Reuters.

Contudo, incertezas em relação à política fiscal e às questões tributárias, assim como a continuidade dos juros altos, podem pressionar a margem dos lucros. A alternativa para financiar a produção, portanto, será o crédito privado. Um fator para o investidor ficar atento. 

Por que o setor é fundamental para a economia brasileira?

O agronegócio brasileiro é “um gigante pela própria natureza”. O setor equivale a um quarto da economia brasileira e é responsável por cerca de 30% dos empregos gerados no Brasil, principalmente a agropecuária. 

Levantamento feito pelo Cepea, em parceria com a CNA, revela que, apesar da queda de 4,22% do PIB em 2022, o agronegócio ainda mantém o patamar de quase 25% do PIB. 

No ano passado, a participação do setor no total alcançou 24,8% do PIB, abaixo dos 26,6% registrados em 2021 – quando a safra agrícola brasileira bateu recorde, segundo dados da Conab, com 271,7 milhões de toneladas de grãos produzidos – e dos 25,7% em 2020.

Celeiro do mundo 

O Brasil é um dos maiores responsáveis pelo abastecimento de alimentos do mundo, exportando principalmente commodities agrícolas, como soja, milho, carne bovina, suína e de aves. Nossos principais concorrentes são Estados Unidos, a China e a União Europeia

Mas uma das grandes características do agronegócio tupiniquim é o tamanho territorial ocupado e o clima.

Dados tanto da Nasa, quanto do Embrapa e do IBGE mostram que quase 8% do território brasileiro é ocupado pela agricultura, considerando a parte terrestre e marítima do país. 

Estudo de 2017 da Nasa revela também que o Brasil ocupa o 5º lugar de área cultivada, com cerca de 65 milhões de hectares, seguido pelo Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México. 

Além disso, o clima favorável permite condições ideais para o desenvolvimento de diversas culturas, tais como soja, milho, café, cana-de-açúcar, frutas, entre outras.

A tecnologia é outro destaque: o agronegócio faz uso contínuo de técnicas modernas e avançadas, que aumentam a produtividade e reduzem os custos de produção. O resultado disso é maior competitividade do setor internamente e internacionalmente.

Não só de agricultura se forma o agronegócio brasileiro

O Brasil é um grande produtor de culturas agrícolas. Contudo, a agropecuária é o grande destaque entre os segmentos que formam o setor. 

A pecuária nacional corresponde à criação de animais como bovinos, suínos, aves, ovinos, caprinos, entre outros, para a produção de carne, leite, ovos, lã, couro e outros produtos derivados. De acordo com o Cepea, esse segmento é responsável por 26,9% do PIB do agronegócio. 

Levantamento do MDIC mostra que, no acumulado de janeiro a março de 2023, as exportações da agropecuária movimentaram US$ 17 bilhões do total de US$ 76,4 bilhões comercializados pelo Brasil no primeiro trimestre. Foi um dos 3 destaques setoriais do período.

Em seguida, responsável por 23,3% da produção do agro, a agroindústria é quem faz o processamento industrial de produtos agropecuários, como açúcar, etanol, suco de laranja, óleos vegetais e carnes processadas.

Ainda formam o agronegócio brasileiro: 

  • Insumos agrícolas: produção e comercialização de insumos para a agricultura, como sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, maquinários e equipamentos agrícolas.
  • Comércio e logística: distribuição, armazenamento e transporte de produtos agropecuários para os mercados interno e externo.

Essa cadeia produtiva extensa e diversificada, que envolve desde o produtor rural até a indústria de alimentos e o mercado de exportação, justifica esse desenvolvimento positivo do setor.

Mato Grosso lidera o agro entre os estados brasileiros

O Mato Grosso é o estado que lidera a produção do agronegócio brasileiro. 

De acordo com estudo divulgado neste mês de abril pela Conab, a estimativa da safra de soja 2022/2023 do estado é de 13,927 milhões de toneladas, o maior da história mato-grossense. Se fosse um país, esse resultado, confirmado, colocaria o Mato Grosso como o quinto maior produtor mundial.

Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás são os outros estados brasileiros que se destacam na produção de commodities no agronegócio brasileiro. 

Se você se interessa em investir no agronegócio, confira o evento Fiagro Experience, que vai acontecer 28 de abril. Confira neste link.

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Fernanda Bompan

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